Nova presidente de instituto de Macau destaca cooperação económica entre China e lusófonos

Macau, China, 28 mai 2019 (Lusa) – A nova presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) reafirmou hoje a aposta do organismo na cooperação económica entre a China e os países lusófonos.

De acordo com um comunicado, Irene Va Kuan Lau falava na posse como presidente do conselho de administração do IPIM, com efeitos a partir de 27 de maio, cargo que ocupava como presidente substituta desde outubro passado.

Irene Lau destacou o apoio ao desenvolvimento da indústria de convenções e exposições, e a participação ativa “na cooperação regional no âmbito de ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e da construção da Grande Baía Guangdong–Hong Kong–Macau”.

Na cerimónia, o secretário para a Economia e Finanças no Governo de Macau, Lionel Leong Vai Tac, considerou que o IPIM é um dos organismos de Macau “com uma missão importante e de longo prazo” nos trabalhos de “participação e no apoio” à iniciativa chinesa de projetos de infraestruturas na Ásia, África e Europa, ‘Uma Faixa, Uma Rota’, e à construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, “através da valorização” da função do território como “plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa”.

A Grande Baía é também um projeto de Pequim para criar uma metrópole mundial que junta Macau, Hong Kong e nove cidades chinesas da província de Guangdong (sul), numa região com cerca de 70 milhões de habitantes e um Produto Interno Bruto (PIB) que ronda os 1,3 biliões de dólares, maior do que o PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.

Sobre a nova presidente, Lionel Leong disse que Irene Lau “desempenhou fielmente as suas funções”, no apoio ao desenvolvimento do setor de convenções e exposições, e na “captação de negócios e investimento externo”.

“Vai conseguir unir e liderar a equipa do IPIM através do seu conhecimento profissional, realização pessoal e vasta experiência”, sublinhou.

No final de outubro passado, o Governo de Macau tinha indicado Irene Lau, então vogal executiva do IPIM, para substituir o então presidente do instituto Jackson Chang, suspenso na sequência de uma investigação do Comissariado contra a Corrupção (CCAC) por “crimes funcionais” na apreciação e autorização de pedidos de residência.

O antigo presidente do IPIM tinha ficado sujeito às “medidas de coação de suspensão do desempenho de funções públicas e de proibição de saída de Macau”.

Além do presidente, foram aplicadas as mesmas medidas de coação a um vogal executivo da instituição e um antigo diretor adjunto do Gabinete Jurídico e de Fixação de Residência do IPIM.

Em julho passado, um relatório do CCAC dava conta de irregularidades na apreciação e autorização, por parte do IPIM, dos pedidos de “imigração por investimentos em imóveis”, “imigração por investimentos relevantes” e “imigração por fixação de residência dos técnicos especializados”.

O comissariado apontava, por exemplo, casos em que os requerentes, “não se encontrando em Macau por muitos anos, conseguiram demonstrar (…) auferir salários significativos de sociedades sem sucesso”, o que leva a crer que tenham “adquirido fraudulentamente” estas autorizações.

Na segunda-feira, na reunião plenária da Assembleia Legislativa, Irene Lau indicou que o IPIM reviu, até meados deste mês, mais de 1.200 processos de autorização de residência temporária.

Irene Lau ingressou na administração pública de Macau em 1981, e a partir de 1994, começou a exercer funções no IPIM, tendo sido nomeada vogal executiva do conselho de administração do instituto em 2010.

EJ(JMC) // PVJ – Lusa/Fim
Subscreva as nossas informações
Scroll to Top