Hoje, há uma nova geopolítica, pois as questões do crescimento económico são díspares entre os oito Estados membros. Portugal enfrenta uma gravíssima crise económica com as agências de notação de crédito a baixarem o seu rating e com individualidades como o presidente do Parlamento Europeu, Martin Schulz, a considerarem que o futuro daquele país é o declínio, depois de Angela Merkel ter criticado a forma como os fundos estruturais da União Europeia foram utilizados na Madeira, mas a situação é totalmente diferente em Angola e no Brasil.
O ultimo relatório World Economic Outlook do Fundo Monetário Internacional FMI refere que a economia de Angola cresce, este ano, 10, 8 por cento, muito acima da economia mundial que vai subir 4 por cento e mesmo da média de crescimento estimada para o conjunto das economias emergentes e em desenvolvimento, 6, 1 por cento.
O forte crescimento da economia angolana, num contexto que se prevê seja marcado pela incerteza – pela desaceleração global e, em consequência, pelo recuo significativo no preço das matérias-primas, designadamente do petróleo – fica a dever-se, essencialmente, refere o documento do FMI, a “uma forte recuperação na produção petrolífera, após uma interrupção em 2011”.
O Brasil, revelam os últimos relatórios económicos, ultrapassou o Reino Unido e tornou-se na sexta maior economia do mundo, pois teve o crescimento fortalecido pelas exportações e pelo aumento do consumo no mercado interno.
Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste têm as situações financeiras estabilizadas e com perspectivas de desenvolvimento. Este último país tem mantido uma tendência de crescimento graças a algumas descobertas, que aumentam o seu potencial como futuro produtor de petróleo em larga escala. A Guiné-Bissau conta com o apoio particular de Angola para sair da crise económica e social que vive e já regista grande desenvolvimento reconhecido por todo mundo.
Assim sendo, a nova geopolítica da CPLP está assente na cooperação entre todos os Estados membros. Enquanto os parceiros europeus viram as costas a Portugal, Angola e todos outros países da organização dão sinais de abertura e de cooperação para o ajudar a sair da crise. Ainda no mês passado, o ministro de Estado e dos Assuntos Parlamentares de Portugal, Miguel Relvas, visitou Angola à frente de uma comitiva multidisciplinar no intuito de estabelecer contactos com vários sectores nacionais abertos a cooperar com aquele país e com todos os que queiram trazer desenvolvimento.
A CPLP pode contar com novos membros, como a Guiné Equatorial que já adoptou o português como uma das línguas oficiais Ao tornar-se um membro de pleno direito, pode dar outra dinâmica à organização, pois é dos maiores produtores de petróleo em África.
Concluo reafirmando a ideia que não são apenas factores económicos a determinarem o êxito de uma organização. A cultura e a língua são factores essenciais para o sucesso de tudo que queiramos fazer.