Niemeyer: Foi um “mestre da arquitetura lusófona”

Natural de Macau, Carlos Marreiros é, entre outros, autor do pavilhão de Macau na Exposição Mundial de Xangai em 2010, ou do mais recente edifício da Escola Portuguesa de Macau, e considera o mestre brasileiro como uma figura ímpar no mundo da arquitetura.

“A obra de Oscar Niemeyer, mestre da arquitetura lusófona é tão grande como a vida dele, quer pela idade que viveu – mais do que 100 anos -, quer também pelo que produziu, mas a obra dele carateriza-se por um brilhantismo de volumetrias”, afirmou Carlos Marreiros.

Por outro lado, continuou, como o próprio Niemeyer afirmava “nem na mulher nem na natureza há só linhas retas, o que predomina são linhas curvas”.

“A arquitetura dele efetivamente realça as linhas curvas, a sensualidade da mulher e da natureza, duas coisas sempre muito apostas na sua obra”, disse Carlos Marreiros, salientando que o arquiteto brasileiro tinha uma “grande capacidade” de, através da afirmação do betão armado e dos seus brancos, conseguir “sempre integrar as suas peças arquitetónicas no meio envolvente e na própria natureza”.

Em relação aos grandes volumes, disse, Oscar Niemeyer “conseguia dominá-los no seu todo, como é o caso de Brasília, ou em arquiteturas de uma escala mais humana – vivendas, habitações, pequenos edifícios – conseguia integrá-los numa paisagem perfeitamente árida, como Brasília, ou em ambientes luxuriantes, de uma vegetação luxuriante típica do Brasil”.

Oscar Niemeyer morreu na quarta-feira à noite no Rio de Janeiro, dez dias antes de completar 105 anos.

JCS/DM // VM.

Lusa/Fim

Fotos: LUSA

Congreso Nacional de Brasília, obra de Oscar Niemeye, EPA/Fernando Bizerra JR
Oscar Niemeyer no seu atelier.


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