As alterações foram divulgadas hoje, em São Paulo, Brasil, numa conferência de imprensa do diretor do Itaú Cultural, Eduardo Saron, co-organizador do evento, e da curadora e produtora cultural brasileira Selma Caetano.
A divisão em três categorias – conto e crónica, poesia e romance -, que se verificou nas últimas edições do prémio, vai dar lugar a uma classificação única para as criações literárias. Os quatro primeiros classificados, entre a lista de finalistas, receberão, respetivamente, prémios de 100 mil reais (28.600 mil euros), 60 mil reais (17.200 euros), 40 mil reais (11.400 euros) e 30 mil reais (8.500 euros).
“No fim de cada edição do prémio, fazemos uma discussão sobre possíveis mudanças. No ano passado, surgiu de novo a ideia de voltarmos a premiar sem a divisão [em categorias], porque acabávamos classificando obras que não se encaixavam exatamente nas categorias” existentes, informou Caetano.
O Itaú Cultural arcará com o valor dos prémios, com verbas de sua gestão, sem recurso a incentivos fiscais, informou Saron.
O diretor do instituto disse ainda que foi contra o estabelecimento de “naming rights” (estabelecimento de direitos de designação do prémio), e que apoiou um nome de “rápido entendimento” e alguma poesia, no universo da língua portuguesa.
As inscrições para a edição deste ano do prémio Oceanos têm início na quarta-feira, 10 de junho, e encerram daqui a um mês, a 10 de julho. Podem ser feitas através da página do prémio na internet, que está hospedada no sítio do Itaú Cultural.
Podem concorrer livros publicados em língua portuguesa, em 2014, no Brasil, incluindo obras editadas noutros países, a partir de 2011, desde que também tenham chegado ao mercado livreiro do Brasil, no ano passado.
Além de Selma Caetano, fazem também parte da curadoria do prémio os escritores Noemi Jaffe e Rodrigo Lacerda, também editor.
Outra novidade desta edição foi a formação de um Conselho Consultivo para as decisões sobre o regulamento e sobre a organização do concurso, com dez pessoas, entre elas Selma Caetano e Claudiney Ferreira, gerente do Núcleo de Audiovisual e Literatura do Itaú Cultural.
Os outros participantes do conselho são os brasileiros Antonio Carlos Secchin, poeta e membro da Academia Brasileira de Letras, Beatriz Resende, Benjamin Abdala Jr. e Leyla Perrone-Moysés, professores universitários e críticos literários, Flora Sussekind e Lourival Holanda, investigadores, escritores e críticos literários, José Castelo, romancista e crítico, e Manuel da Costa Pinto, jornalista cultural.
Os membros do conselho consultivo não vão fazer parte do júri.
O prémio Portugal Telecom de literatura, criado para distinguir obras literárias de língua portuguesa, publicadas no Brasil no ano anterior, desaparece assim depois de 13 anos de atividade, após a venda da operadora portuguesa à francesa Altice.
Desde 2003, foram distinguidos com o prémio escritores como os portugueses Valter Hugo Mãe e Gonçalo M. Tavares e os brasileiros Chico Buarque, Dalton Trevisan, Milton Hatoum e Sérgio Rodrigues, autor mineiro vencedor da edição do ano passado.
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