A cimeira, que se realizará a 23 de julho e que marcará a passagem da presidência da comunidade de Moçambique para Timor-Leste, terá como tema “A CPLP e a globalização”, adiantou o governante, numa audição na comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e Comunidades.
“Esta cimeira deverá igualmente servir de palco de entrada de três novos observadores associados: Namíbia, Turquia e Geórgia”, cujos pedidos de associação à CPLP “são uma prova de prestígio e poder de atração da organização”, disse o ministro, que deu também o exemplo do Japão.
Sobre a visão estratégica do bloco lusófono, que celebra 18 anos, Portugal considera que a CPLP, “sem prejuízo do caráter identitário da língua portuguesa nem dos valores fundamentais que defende, deve acentuar também a sua dimensão económica”, algo que Machete considerou ser “extremamente importante para garantir a sua relevância como organização de cooperação entre os países de língua portuguesa”.
Atualmente, referiu, a dimensão económica é “diminuta e insignificante”.
Rui Machete mencionou que em 2045/2050, os países da CPLP serão responsáveis por 30% da produção mundial de hidrocarbonetos.
“Negligenciar isto seria um erro e custaria muito ao funcionamento da CPLP, dar-lhe uma excessiva importância seria um risco de não continuar a dar à língua a importância que tem tido e que deve manter-se”, disse.
Outro tema que irá marcar a cimeira é a adesão da Guiné-Equatorial.
“Nunca será demais sublinhar que o compromisso assumido pelas autoridades equato-guineenses relativamente à pena de morte, junto da CPLP e reiterado junto das Nações Unidas, é apenas parte de um roteiro estabelecido entre as autoridades de Malabo e a CPLP”, declarou o ministro.
“Continuaremos a seguir atentamente os passos dados por este país na implementação integral do roteiro previamente acordado, nos termos do qual o respeito dos princípios e obrigações estatutárias da CPLP em matéria de democracia, Estado de Direito, respeito pelos direitos humanos e justiça social são fundamentais”, acrescentou.
A deputada socialista Gabriela Canavilhas sublinhou que os países da CPLP sempre foram unidos por laços culturais, mas agora “nota-se uma mudança de agulha relativamente aos elos e laços”.
“O primeira sinal é a entrada da Guiné-Equatorial, que não tem nada de ligação de cultura ao mundo lusófono”, declarou.
Também Helena Pinto (Bloco de Esquerda) reiterou a sua oposição à adesão do país liderado há décadas por Teodoro Obiang.
JH // ARA – Lusa/Fim
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