na opinião de Mª Eugénia Monteiro

Durante muito, muito tempo, afirmei e repeti, inúmeras vezes, que não tinha Facebook nem queria (nem pensar; de modo algum…). Diga-se, aliás, que sou declaradamente avessa a tudo o que seja inovação neste tipo de tecnologias. (Como sempre digo: Era tão mais feliz quando não tinha computador nem era obrigada a utilizá-lo!…)

Até que, um belo dia, há uns meses atrás, não por vontade específica, mas por razões pessoais que não vem a propósito referir, também eu aderi à “modernidade”, ao “luxo dos luxos” da comunicação interpessoal.
E… Maravilha das maravilhas! Eis que me deparo com um mundo completamente novo, rico, deslumbrante, maravilhoso, profícuo, … nomeadamente no que à Língua Portuguesa diz respeito.
Resumindo: quem quiser aprender a falar e escrever corretamente o Português, bastará, tão só, que crie a sua conta de adesão ao dito; vá angariando amigos para a sua lista e seja também angariado por outros tantos. E, de imediato, terá acesso a todo um chorrilho de variado, rico e culto vocabulário, principalmente em termos de ortografia. Igualmente rica e culta é, sem dúvida, a construção frásica, não só dos “post’s” publicados como também dos comentários anexos.
Assim, quem tiver tempo suficiente para prestar toda a atenção à referida patranha (digo, Facebook), em pouco tempo terá um curso completo, com pós-graduação, mestrado, doutoramento e tudo a que tem direito, em matéria da nossa amada Língua. 
O tom jocoso das minhas palavras não pretende atingir nem diminuir ninguém. Até porque, em grande parte das situações, é impossível saber a origem daquilo que é publicado. Mas que jamais se viu, em sítio algum, tantos erros ortográficos e tantas frases mal construídas, por “metro quadrado”, como no Facebook, isso ninguém poderá desmentir. 
Mas prezo muito os meus amigos e desejo mantê-los sempre perto. Se não pode ser de outro modo, que seja no Facebook. Com ou sem erros ortográficos; com ou sem frases bem construídas. Até porque não é isso que faz uma amizade nem será isso a destruí-la.
“Virando o bico ao prego”, e porque todas as questões têm, pelo menos, dois lados, devo dizer que o Facebook não é um “bicho papão” tão terrível como se possa pensar… Ou, refazendo a ideia, o Facebook, sendo um “bicho papão” bem mais terrível do que aquilo que podemos imaginar, também tem aspetos interessantes. Há coisas positivas neste modo de comunicar: desde logo, permite o contacto com pessoas que, de outra forma, acabariam algures no nosso esquecimento, sobretudo aquelas que não vemos com frequência ou que não vemos mesmo. Ler o artigo completo.

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