Bissau, 19 jul (Lusa) – A presidente da plataforma política das mulheres (PPM) guineenses, Silvina Tavares, entregou hoje ao líder do parlamento, Cipriano Cassamá, um anteprojeto de lei que esperam venha a ser adotado, permitindo que a próxima legislatura tenha pelo menos 40% de deputadas.
Atualmente, o parlamento guineense, composto por 102 deputados, conta com 14 mulheres.
A presidente da PPM, entidade integrada por organizações sociais e políticas de mulheres, disse aos jornalistas que Cipriano Cassamá prometeu sensibilizar as bancadas parlamentares sobre a necessidade de o tema ser agendado e, eventualmente, aprovado já na sessão parlamentar que começa na segunda-feira, dia 23.
“Há que haver uma lei que imponha o número de mulheres nas litas eletivas, cabeças de listas, dos partidos para as eleições legislativas”, defendeu Silvina Tavares, que admite ser uma discriminação positiva “necessária e urgente” na Guiné-Bissau.
A presidente da PPM espera que os partidos acolham a ideia e aceitem aprovar a lei que, defende, vai trazer “bons reflexos” ao parlamento e à governação do país.
As mulheres representam cerca de 52% da população, mas a presidente da rede das mulheres parlamentares, Suzy Barbosa, não entende “como é que apenas 10% têm participação na política e apenas 25% ocupam cargos na administração pública”.
Volvidos cerca de 25 anos desde a abertura do país ao pluralismo político, o parlamento passou de 30 deputadas para 14 a partir das últimas eleições legislativas, realizadas em 2014, refere ainda Barbosa, uma das principais vozes pela emancipação da mulher guineense, igualdade e equidade entre os géneros.
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