Morreu Autran Dourado

De acordo o jornal Folha de São Paulo, Autran Dourado ficou internado cerca de cinco meses no Hospital São Lucas, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, para tratamento de problemas respiratórios.

O escritor, de 86 anos, teve alta hospitalar há dois meses e, desde então, estava em casa.

O corpo do romancista foi velado e enterrado no próprio domingo, no cemitério São João Batista, em Botafogo, bairro onde Dourado também tinha uma casa.

A literatura de Waldomiro Freitas Autran Dourado, nascido em Patos, Minas Gerais, em 1926, foi marcada por personagens angustiados.

“Sofro a angústia que eles sofrem”, contou o autor ao jornal paulista, em 2005, ao comparar-se com as suas criações.

O autor venceu o Prémio Camões (2000), o mais importante da literatura em língua portuguesa.

Em 2008, recebeu da Academia Brasileira de Letras (ABL) o galardão Machado de Assis, prémio máximo concedido pela entidade pelo conjunto da sua obra.

Autran Dourado, licenciado em Direito, escreveu o seu primeiro livro, “Teia”, em 1947, e depois publicou mais 16 romances.

Entre as obras, destaques para “O Risco do Bordado”, de 1970, com a qual venceu o prémio Pen Club do Brasil, e “As Imaginações Pecaminosas”, vencedor do Prémio Goethe de Literatura do Brasil, em 1981, e do Prémio Jabuti, em 1982.

Em “Gaiola Aberta” (de 2000), o autor publicou memórias dos tempos que esteve ao lado do Presidente Juscelino Kubitschek (JK). O escritor, que também foi jornalista, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1954 e lá trabalhou como secretário de imprensa de JK, que foi Presidente do Brasil entre 1956 e 1961.

A presidente da ABL, Ana Maria Machado, sublinhou a admiração que sempre teve pela obra de Autran Dourado, que considerava um escritor completo.

“Do ponto de vista da literatura, o país não perde quando um escritor morre, porque a obra perpetua-se. O Autran Dourado foi um grande escritor”, acrescentou a presidente da ABL.

 

CSR.

Lusa/Fim


Foto: 04/08/2002:SINTRA: O escritor brasileiro, Autran Dourado, agradece o Premio Camoes, que lhe foi entregue pelo Presidente Jorge Sampaio, durante a III Festa da Lingua Portuguesa, a decorrer em Sintra. FOTO MANUEL MOURA/LUSA

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