Montenegro quer alargar âmbito geográfico da “influência e ação” da CPLP

Lisboa, 10 abr 2024 (Lusa) – O Governo quer alargar o âmbito geográfico “da influência e da ação” da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e desenvolver uma estratégia de valorização e promoção mundial da língua portuguesa.

No programa entregue hoje na Assembleia da República, o executivo liderado por Luis Montenegro afirma que Lusofonia deve ser reconhecida como uma “dimensão distintiva” da política externa portuguesa e “transcender a comunidade linguística e cultural, transformando-se num espaço de cooperação económica, de solidariedade política e desenvolvimento integrado e sustentável”.

Neste contexto, afirma como prioridade desenvolver uma estratégia de “alargamento geográfico da influência e da ação da CPLP”, com base nos laços históricos e culturais da língua portuguesa em diversos pontos do globo e necessária, e de “valorização do espaço lusófono e de promoção mundial da língua portuguesa”.

O executivo de Luis Montenegro quer dar “especial atenção” à cooperação no setor energético, aumentar o número de estudantes lusófonos matriculados em programas de intercâmbio académico entre os países da CPLP e o volume de comércio entre os países lusófonos, promovendo parcerias económicas, e a diversificação das relações comerciais.

O Programa do XXIV Governo Constitucional contempla por em prática programas duráveis de diplomacia cultural, facilitando intercâmbios artísticos, literários e educacionais entre os países lusófonos, além de manter o objetivo da promoção da candidatura da língua portuguesa como língua oficial da ONU, no horizonte até 2030.

O contributo de Portugal para o reforço do papel da CPLP nas suas diferentes dimensões, política, diplomática, social e económica, através da consolidação da “identidade lusófona”, é uma das prioridades.

Assim, o Governo diz que vai promover um alinhamento global e apoio recíproco em candidaturas internacionais, bem como o reconhecimento internacional da língua portuguesa, “apoiando ativamente a elaboração de uma estratégia concertada junto da CPLP” para o português ser reconhecido como língua oficial da ONU até 2030.

O executivo também quer pôr Portugal a contribuir para missões internacionais de paz em cooperação com outros países lusófonos, “demonstrando o compromisso do espaço lusófono na promoção da paz e estabilidade global”.

O compartilhar de experiências, recursos e conhecimento especializado para abordar desafios como a pobreza, a educação e as questões ambientais, no âmbito da estratégia da Cooperação Portuguesa 2030, e fomentar parcerias económicas e comerciais entre os países lusófonos, facilitando o comércio, investimentos e iniciativas conjuntas são outras das prioridades definidas no Programa do XXIV Governo Constitucional.

Estabelecer redes de cooperação entre instituições académicas, culturais e empresariais naqueles Estados, facilitando a troca de conhecimento, tecnologia e boas práticas em diversas áreas são outras das prioridades apontadas no documento para o mundo lusófono.

O Programa do Governo da Aliança Democrática (AD) foi hoje aprovado, em Conselho de Ministros, na véspera de dois dias de debate no parlamento, na quinta-feira e sexta-feira.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirmou que o documento tem como base o programa eleitoral da AD, mas incorpora “mais de 60 medidas de programas eleitorais de outros partidos com representação parlamentar”.

ATR // ANP – Lusa/Fim

O primeiro-ministro Luis Montenegro (D) conversa com agricultores da Plataforma Cívica de Agricultores à chegada para a reunião do Conselho de Ministros Informal, em Óbidos, 6 abril 2024. PAULO CUNHA/LUSA
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