Mobilidade na CPLP depende da negociação diplomática – embaixador brasileiro

Lisboa, 28 nov (Lusa) – O embaixador brasileiro junto a CPLP declarou hoje, em Lisboa, que a mobilidade dos cidadãos dentro da CPLP depende da vontade política e de uma maior negociação sobre a questão entre os países do bloco lusófono.

“Nós temos de procurar a forma para o fazer, porque não há ainda um meio claro para tal, sobretudo com os problemas que Portugal e outros países têm devido aos seus vínculos regionais”, declarou à Lusa Gonçalo de Barros Carvalho e Mello Mourão, embaixador do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

De acordo com o diplomata, que está neste cargo há cerca de quatro meses, “estes problemas reais”, nomeadamente a questão de Portugal estar inserido na União Europeia (UE), o que condiciona o livre-trânsito dos outros cidadãos lusófonos em Portugal e na Europa.

“A primeira coisa que se deve fazer é determinar se há uma vontade política de levar adiante o estudo para fazer funcionar uma mobilidade maior”, declarou.

“São vários aspetos que temos que trabalhar para melhorar esta questão. Não acredito que a curto prazo consigamos uma mobilidade geral entre os nossos cidadãos, o que seria ideal para a CPLP e também para o mundo, mas temos que começar as negociações no nosso terreno”, acrescentou Mello Mourão.

O diplomata brasileiro disse que há algumas propostas sobre a mesa e citou, nomeadamente, as declarações do primeiro-ministro português, António Costa, na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da CPLP em Brasília, que decorreu em novembro.

António Costa manifestou-se, em Brasília, convicto de que a proposta portuguesa de mobilidade no espaço lusófono já será uma realidade quando Portugal assumir o secretariado executivo da organização em 2019.

“Tenho a certeza de que daqui a dois anos essa questão estará ultrapassada. Se não estiver, bom, essa será necessariamente a primeira missão do nosso secretário executivo. Mas não creio que essa questão ainda esteja na agenda daqui a dois anos, pelo contrário, já deve estar simplesmente na prática do dia a dia dos nossos povos”, declarou o primeiro-ministro.

Para Mello Mourão, “este processo pode se iniciar com uma maior facilitação setorial, como agilizar e desburocratizar vistos para estudantes, para homens de negócios e para artistas”.

O embaixador disse ainda que a presidência brasileira do bloco lusófono, que foi assumida em novembro (2016-2018), deseja também desenvolver um trabalho para que a CPLP seja mais conhecida entre a população dos seus países.

“É um trabalho a nível da sociedade e das organizações da sociedade civil, que pretendemos envolver um pouco mais nas atividades governamentais e intergovernamentais da comunidade”, afirmou Mello Mourão.

CSR // PJA – Lusa/fim

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