Assente em decisões de reuniões e conferências ministeriais educativas prévias, o plano de ação será debatido durante a 1ª Reunião Extraordinária dos Ministros da Educação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Esta primeira reunião setorial da presidência de Timor-Leste da CPLP terá em cima da mesa um documento base preparado pelo secretariado da organização e várias recomendações e propostas de reuniões mantidas esta semana em Díli.
Na prática, e segundo o rascunho do texto obtido pela Lusa, trata-se de “identificar ações que contribuam para o desenvolvimento dos sistemas educativos e de ensino técnico profissionalizante dos Estados membros da CPLP”.
Um reconhecimento de que a educação é uma “alavanca propulsora do acesso ao conhecimento, da promoção da dignidade e da capacitação para a cidadania ativa, o crescimento económico e o desenvolvimento social”.
“O estabelecimento do Plano Estratégico de Cooperação Multilateral no domínio da Educação da CPLP constitui uma oportunidade histórica e um desafio estratégico para dar o impulso definitivo que a educação exige em cada um dos Estados membros da CPLP”, refere o documento.
O plano estabelece “objetivos específicos ou estratégicos, transversais a todo o sistema de educação e formação a todos os tipos e níveis de ensino e formação e a todos os atores do mundo da educação, incluindo os decisores políticos”.
Define linhas de ação prioritárias e bienais de cooperação e “metas realistas” para o período de 2015-2020.
O plano estratégico assenta em oito eixos, entre eles a criação de um Portal da Educação e do Sistema Integrado de Estatísticas, a melhoria da eficácia e eficiência dos sistemas educativos e a melhoria do acesso à educação e formação.
Abrange ainda a questão da formação de professores, o ensino técnico profissionalizante, o Espaço de Educação e Formação CPLP e finalmente as Tecnologias de Informação e Comunicação ao serviço do processo de ensino-aprendizagem na CPLP.
Pilares de uma estratégia que pretende, “de forma articulada” e entre outros aspetos, “aumentar o conhecimento mútuo relativo aos sistemas de educação e formação” dos Estados membros, promover a equidade e a inclusão na educação e aumentar a oferta de educação pré-escolar.
Universalizar a oferta do ensino primário e aumentar o acesso ao ensino secundário, promover o ensino técnico profissional, aumentar a ligação entre a educação, a formação e o emprego, e promover a aprendizagem ao longo da vida são outros dos objetivos.
O plano quer melhorar a qualidade da educação e o currículo, reforçar a profissão docente e qualificar os atores educativos e ainda promover a eficiência e eficácia do investimento em educação.
No que toca ao ensino e projeção do português, quer promover a difusão da literatura e história dos Estados membros da CPLP e reforçar a língua portuguesa “como língua informática´”, melhorando a qualidade do ensino de língua portuguesa nos países da CPLP.
Promover a mobilidade de professores do ensino básico e secundário e de formadores do ensino técnico profissionalizante está também entre os objetivos.
ASP // JPS – Lusa/Fim
Fotos:
– Crianças numa escola nos arredores de Dili em Timor-Leste. ANTONIO COTRIMLUSA
– Fernando La Sama, ministro da Educação de Timor-Leste. Foto de 26/06/20070. NUNO VEIGALUSA