Ministro da Educação de Portugal sublinha diversidade da língua portuguesa que “não é só de Camões”

Sintra, 05 mai 2022 (Lusa) – O ministro da Educação sublinhou hoje a diversidade da língua portuguesa que disse ser “a língua de todos nós” e não de Luís Vaz de Camões, numa cerimónia que a celebrou com música e diferentes sotaques.

“É tempo de deixarmos de falar da língua de Camões e passarmos a falar verdadeiramente da língua de todos nós, porque é isso que faz a nossa língua. A língua portuguesa caracteriza-se pela diversidade”, disse João Costa.

O ministro da Educação falava no encerramento de uma cerimónia comemorativa do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se assinala hoje, na Escola Secundária de Santa Maria, em Sintra, e em que estiveram também presentes os secretários de Estado dos Negócios Estrangeiros, Francisco André, e das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo.

Sob o mote “Nesta língua crio mundos”, a sessão celebrou a língua portuguesa através da música, cantada por sete artistas com diferentes sotaques, do Norte do país, Brasil, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

“A nossa ideia foi celebrar a língua portuguesa em tudo o que ela é. A língua de todos nós, de cada falante, em cada cantinho do mundo, com os nossos sotaques, as nossas tonalidades, as nossas entoações, as nossas cores, as palavras só aparecem naquela aldeia, as palavras típicas daquele país, que inventamos quando criamos”, explicou o ministro João Costa.

Insistindo na ideia da diversidade, o responsável sublinhou ainda o poder transformador da língua portuguesa que “pode unir-nos ou pode separar-nos, só depende de nós”, acrescentou.

A cerimónia contou com a presença do cantor Dino Santiago que, durante a abertura, destacou a mesma dimensão, afirmando que a língua portuguesa “também pode deixar marcas muito fortes e muito duras se não for bem utilizada”.

A esse propósito, o artista aproveitou a presença do ministro da Educação para deixar uma mensagem sobre a importância das palavras e deu um exemplo: “A simples forma de utilizarmos a palavra ‘escravo’ e substituir por ‘pessoa escravizada’ faz toda a diferença, porque ninguém nasce na condição de escravo”.

“Temos uma ponte que nos une, que é a língua portuguesa. Vamos reescrever a história com estes vários sotaques, com estes vários tons de pele e tornar o mundo um pouco mais bonito”, concluiu o artista.

MYCA // HB – Lusa/Fim

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