O presidente do Conselho Pontifício da Cultura (CPC), cardeal Gianfranco Ravasi, elogiou hoje o papel da lusofonia na vida da Igreja, reconhecendo a importância de Portugal na difusão da mensagem católica.
O responsável falava a respeito do próximo consistório para a criação de cardeais, convocado pelo papa Francisco.
Neste consistório vão ser criados 20 novos membros do colégio cardinalício (15 dos quais eleitores), incluindo três prelados lusófonos: Manuel Clemente, patriarca de Lisboa; o primeiro cardeal cabo-verdiano da história, Arlindo Gomes Furtado, bispo de Santiago; e Júlio Duarte Langa, bispo emérito de Xai-Xai (Moçambique), um dos cinco cardeais com mais de 80 anos.
Após o consistório de sábado, o colégio cardinalício vai passar a contar com 227 membros (125 eleitores e 112 com mais de 80 anos), dos quais 13 são oriundos de Igrejas lusófonas: seis do Brasil, três de Portugal, dois de Moçambique, um de Angola e um de Cabo Verde.
Para Gianfranco Ravasi, a nomeação do patriarca de Lisboa reconhece este legado da “sede patriarcal, que é o lugar da partida, para lá da pessoa” de Manuel Clemente.
“É um reconhecimento a uma cidade, a uma sede cristã e cultural”, precisou.
Com a criação de um cardeal de Cabo Verde, o papa sublinha que as “periferias portuguesas” têm dignidade para estarem presentes no conjunto das Igrejas universais.
“A área lusófona apresenta os dois rostos da Igreja: o rosto antigo, europeu, e o rosto novo, que foi gerado, mas agora é independente”, afirmou Ravasi.
“Portugal, realisticamente, é um país mínimo no contexto internacional, como era no passado, mas foi capaz – de uma forma diferente da Espanha, que usou sobretudo o poder militar – de alargar-se à África, à Ásia, à América Latina, levando a sua própria língua, a sua própria cultura”, concluiu o presidente do CPC.
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Guardião de igreja de Bissau e símbolo de paz. Tem 113 anos. 24 de fevereiro de 2014. LUÍS FONSECA / LUSA