Milhares de pessoas na cerimónia de abertura dos Jogos

O Estádio Pandit Jawaharlal Nehru, em Fatorda, onde se ouviu, entre outros, o tema musical “Samba de janeiro”, foi o palco escolhido para a abertura (e encerramento) dos Jogos da Lusofonia, em que cerca de 800 atletas vão competir em nove modalidades (atletismo, basquetebol, voleibol de praia, voleibol, futebol, ténis de mesa, judo, taekwondo e wushu) até ao próximo dia 29.

Os Jogos da Lusofonia contam com 12 países/territórios: Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Guiné Equatorial, Índia e Sri Lanka – os últimos três como membros associados da ACOLOP – Associação dos Comités Olímpicos de Língua Oficial Portuguesa.

A abertura dos Jogos – apontados como o maior evento em termos de escala alguma vez realizado em Goa – levou, segundo dados preliminares, cerca de 20 mil pessoas ao estádio (com capacidade para 22 mil), iluminado pelo fogo-de-artifício numa cerimónia que figurou como um “caleidoscópio da Índia”, na expressão da imprensa local, e em que estavam presentes várias línguas (português, inglês e concani) nos discursos, nos corredores ou nas bancadas.

‘Jojo, o galo’, uma figura popular na província indiana pelo seu passado lusófono, ‘comandou’, como a mascote do evento, o desfile das comitivas, liderado por Portugal e em que Goa e Macau se destacaram pelo número de participantes.

O atraso nas datas dos Jogos da Lusofonia – de novembro para janeiro – por culpa da demora na construção de recintos próprios para receber a competição desviou os principais nomes do desporto nacional e impediu a presença do futebol, basquetebol e voleibol.

“Não foi, de facto, possível trazer muitas equipas”, constatou o secretário de Estado do Desporto e Juventude português, Emídio Guerreiro, para quem deve haver uma “aprendizagem” para que não se caia nos mesmos erros.

“Acho que sobretudo, para o futuro, o que é preciso é reequacionar do ponto de vista desportivo – tenho vindo já a falar com o senhor presidente do Comité Olímpico de Portugal -, no sentido de podermos acomodar isto melhor com a própria realização dos Jogos da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]”, uma vez que coincidem em 2014, havendo, por isso, “alguma confluência”, que “cria estas dificuldades do ponto de vista da gestão e da própria qualidade desportiva”, sublinhou o secretário de Estado.

Segundo o responsável, a participação nestes Jogos visa ser uma afirmação da língua e da cultura portuguesa e esse caminho tem de ser trabalhado também ao nível desportivo.

Não obstante as implicações do adiamento, a primeira impressão ‘in loco’ de Goa parece favorável.

“Há um grande investimento feito [e] uma presença enorme nas ruas da cidade que é visível. Por isso, ao contrário do que podia ter transparecido, que levou até a problemas e ao adiamento dos jogos, nota-se um grande compromisso do Governo de Goa na realização destes Jogos”, afirmou Emídio Guerreiro.

“Há muitas infraestruturas novas, algumas ainda em fase de acabamento, mas sente-se uma presença dos Jogos na comunidade e acho que isso é bastante positivo”, avaliou.

Na mesma linha manifestou-se o presidente do Instituto do Desporto de Macau, para quem é visível “um grande empenho por parte da organização em todos os aspetos”: “Eles investiram muito e eu acredito que estes jogos vão ser um sucesso”.

Porém, José Tavares admitiu ter havido alguma desorganização. “Penso que tem que ver com o pouco espaço de tempo que tiveram para limar arestas”, disse, recordando que quando visitou Goa, em abril do ano passado, era o “caos”, pelo que “ninguém acreditava que podiam receber os Jogos”.

“Vê-se uma certa desorganização, mas isto não vai afetar diretamente os Jogos”, sublinhou.

Este domingo têm lugar as primeiras provas nas modalidades de ténis de mesa, voleibol e futebol.

DM (AMG) // ROC – Lusa/Fim

Fotos:

– Nélson Évora na cerimónia de abertura dos Jogos da Lusofonia – Lisboa 2009 realizada no Pavilhão Atlântico, Lisboa, 11 de julho de 2009. ANTONIO COTRIM/LUSA.

– Marco Matias, da selecção de Portugal, disputa a bola com Adil Khan (n5) e Cajetan Fernandes da selecção da Índia, durante o jogo realizado no estádio José Gomes no âmbito dos 2ºs Jogos da Lusofonia, na Amadora, 16 de Julho de 2009. JOAO RELVAS/LUSA

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