Lisboa, 08 jun (Lusa) – O escritor Manuel Alegre disse hoje que recebeu a notícia de atribuição do Prémio Camões, com “serenidade e alegria”, considerando que o reconhecimento maior é o que vem de quem o lê.
Em declarações à agência Lusa, o escritor disse que lhe dá “particular satisfação”, a atribuição do prémio, até porque Luís de Camões é um dos poetas que aprecia, e referiu ter reeditado recentemente o seu livro “Vinte Poemas para Camões”.
“O meu reconhecimento maior é o que vem dos meus leitores através dos tempos, vencendo várias formas de censura. Naturalmente, uma distinção desta natureza tem o significado que tem”, disse á Lusa Manuel Alegre, de 81 anos.
O escritor lembrou igualmente ter recebido o Prémio Pessoa, o que lhe deu “grande satisfação”, por ter também “um grande significado cultural”.
O Prémio Camões foi hoje atribuído ao escritor português Manuel Alegre, após reunião do júri, na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, no Brasil.
“Como poeta, começou a destacar-se nas coletâneas ‘Poemas Livres’ (1963-1965). Mas o grande reconhecimento nasce com os seus dois volumes de poemas, ‘Praça da Canção’ (1965) e ‘O Canto e as Armas’ (1967), apreendidos pelas autoridades antes do 25 de Abril, mas com grande circulação nos meios intelectuais”, lê-se no comunicado hoje divulgado, pelo Governo português, com o anúncio da atribuição do prémio.
Esta é a 29.ª edição do Prémio Camões e o júri foi constituído por Paula Morão, professora catedrática da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Maria João Reynaud, professora associada jubilada da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Leyla Perrone-Moisés, professora emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, José Luís Jobim, professor aposentado da Universidade Federal Fluminense e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Lourenço do Rosário, reitor da Universidade Politécnica de Maputo e pelo poeta cabo-verdiano José Luís Tavares.
O Prémio Camões, instituído pelos Governos de Portugal e do Brasil, em 1988, foi atribuído pela primeira vez em 1989, ao escritor português Miguel Torga.
Segundo o texto do protocolo constituinte, assinado em Brasília, a 22 de junho de 1988, e publicado em novembro do mesmo ano, o prémio consagra anualmente “um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum”.
NL // MAG – Lusa/Fim
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