Bissau, 10 abr (Lusa) – A Guiné-Bissau e Macau são duas plataformas de negócios de língua portuguesa que se complementam em dois polos distantes do mundo, disse hoje à Lusa o presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, Jackson Chang.
“São duas plataformas que se podem complementar”, usando a língua portuguesa como ponte “entre a Ásia e a África Ocidental”, referiu à margem dos trabalhos do Encontro Empresarial China/Países de Língua Portuguesa, em Bissau.
O encontro anual promovido pelo Fórum Macau – Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa decorre desde sábado e até segunda-feira na capital guineense.
Macau apresenta-se como um território onde o Português é a língua oficial a par do Chinês e que oferece serviços para as empresas que queiram uma plataforma para se expandir na Ásia.
Por seu lado, a Guiné-Bissau sacode a imagem de instabilidade política e promove no encontro empresarial o seu papel de plataforma para as empresas que queiram entrar no mercado da África Ocidental, de que faz parte.
“A Guiné-Bissau é um país totalmente novo para nós. Esperávamos vir aqui há muito tempo e finalmente o encontro empresarial é feito cá”, referiu Jackson Chang.
A relação de complementaridade está ainda no início e o presidente do instituto de promoção macaense pretende voltar ao território guineense. “Gostávamos de voltar para estudar mais”, referiu.
Seja como for, o turismo, a produção de caju e as pescas são setores já identificados como atrativos.
Quanto à instabilidade política, é assunto que não preocupa.
“Nem sequer pensei nisso. Sinto-me seguro aqui e os outros delegados também estão contentes de estar cá”, sublinhou.
O potencial turístico da Guiné-Bissau foi um aspeto também destacado como atrativo por Han Meiqing, diretor da Câmara de Comércio Internacional da China.
No entanto, a possibilidade de haver investimento chinês no setor pode ainda levar tempo.
“Há abrandamento económico na China e só dentro de um ou dois anos” poderá haver novidades, prevê aquele responsável.
Há estudos em curso e “estamos a escolher países” que podem ser alvo preferencial de empresários chineses, acrescentou.
Apesar das carências generalizadas, Han Meiqing leva uma imagem positiva da Guiné-Bissau.
“Gosto muito do povo daqui. Sinto que não há problema em relação à comunicação e intercâmbio”, concluiu.
O Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, mais conhecido como Fórum Macau, foi criado em outubro de 2003, por iniciativa do Governo Central da China.
Apresenta-se como uma organização de cooperação e promoção do intercâmbio económico e comercial entre a China e sete países de Língua Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e Timor-Leste) que utiliza Macau como plataforma de ligação.
LFO // SB – Lusa/fim