Macau acolhe em outubro conferência internacional sobre a Lusofonia

A iniciativa, a ter lugar a 22 e 23 de outubro, parte da “caixinha” da língua para um debate do qual se espera “um diálogo vivo”, disse à agência Lusa a coordenadora da conferência, Vera Borges.

Sob o título “Entre a desmistificação e a utopia: Indagação sobre as lusofonias”, a conferência, dividida em quatro grandes painéis, vai reunir académicos oriundos de Macau, Portugal, Coreia do Sul e Estados Unidos.

“Queremos partir da consideração das questões da língua e pensar em conjunto. Fala-se muito de Macau como um espaço multicultural, queremos ver como se articulam as relações entre as várias comunidades”, realçou a professora Vera Borges.

“Este debate que queremos continuar sobre a Lusofonia, a solicitar desmistificações, reerguendo propostas e respostas no contumaz plano da utopia, chama ao diálogo perspetivas múltiplas, pontos vários de observação”, refere-se no texto de apresentação do evento.

O percurso da conferência far-se-á, segundo os organizadores, pela análise das dimensões antropológica, sociológica, literária, pelo equacionar das políticas de língua, a sondagem de ritmos e imagens. No final dar-se-á voz a testemunhos sobre a experiência – vital, em várias aceções – da lusofonia em Macau.

De acordo com Vera Borges, a iniciativa visa dar continuidade a um ciclo iniciado com a conferência “A Lusofonia entre Encruzilhadas culturais”, organizada pela USJ em fevereiro de 2011, embora incidindo mais na língua como ponto de partida.

O evento abre com Maria Vitalina Leal de Matos, professora catedrática jubilada da Universidade de Lisboa e da Universidade Católica Portuguesa, a debruçar-se sobre “O mito de Camões”.

Segue-se o primeiro painel sobre política da Lusofonia e as políticas da Língua, o qual juntará à mesma mesa a diretora do Departamento de Português da Universidade de Macau, Fernanda Gil Costa, o coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau, Carlos André, e o diretor do Instituto Português do Oriente (IPOR), João Laurentino Neves.

Já a análise aos conceitos, contextos, história e estratégias será efetuada, numa primeira parte, por um trio de académicas: Cathryn Clayton, professora associada do Centro para Estudos Chineses da Universidade do Havai (EUA), Emilie Tran, docente da Faculdade de Administração e Liderança da USJ e Inocência Mata, professora associada do Departamento de Português da Universidade de Macau.

A segunda parte do debate terá como oradores o professor catedrático do Departamento de História da Universidade de Macau, Vasconcelos Saldanha, e Manuel Afonso Costa, da mesma instituição de ensino, bem como Vítor Teixeira, professor da Faculdade de Humanidades e da de Indústrias Criativas da USJ.

Os mitos e ideologias nas representações literárias ficarão a cargo de Yao Jing Ming, professor da Universidade de Macau, e das professoras Vera Borges e Isabel Morais, ambas da USJ, bem como, numa segunda parte, de Maria João Amaral, da Universidade Hankuk, da Coreia do Sul, e de Margarida Conde e Ana Vairinhos, ambas leitoras da USJ.

O quarto e último painel versando testemunhos sobre a lusofonia em Macau contará com a presença de Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau, Anabela Ritchie, membro honorário da Fundação Católica de Ensino Superior Universitário, Amélia António, presidente da Casa de Portugal, Humberto Évora, presidente da Associação de Divulgação da Cultura Cabo-verdiana, e de Carlos Frota, professor da USJ.

 

DM // EL – Lusa/Fim

Foto LUSA: rua de Macau com o nome em português e tradução para chinês, 23 novembro de1999.   HOTO/Frederic J. BROWN

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