A Imprensa Nacional, em parceria com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, criou o Prémio Imprensa Nacional/Ferreira de Castro, dando continuidade à sua missão, enquanto editora pública, de promoção e preservação do património da língua e da cultura portuguesas.
O Prémio Imprensa Nacional/Ferreira de Castro, além de homenagear a figura incontornável e exemplar de Ferreira de Castro, pretende reforçar os vínculos de pertença à língua e cultura portuguesas, estimular a participação de portugueses residentes no estrangeiro e lusodescendentes, prestando, assim, às comunidades portuguesas dispersas pelo mundo o justo reconhecimento pelas atividades que desenvolvem nos seus países de acolhimento.
O galardão terá uma periodicidade anual e visa distinguir trabalhos inéditos nas áreas de Ficção e da Poesia.
Lourenço Cazarré, neto de portugueses de Cinfães, a residir no Brasil, é o vencedor da 5.ª edição do Prémio Imprensa Nacional/Ferreira de Castro, atribuído pela Imprensa Nacional‑Casa da Moeda em parceria com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, no âmbito da ação cultural junto das comunidades portuguesas.
Memória de Simeão Boa Morte e Outros Contos Poéticos é a obra galardoada da 5.ª edição deste prémio dirigido a portugueses residentes no estrangeiro e a lusodescendentes.
Além do valor pecuniário, o Prémio Imprensa Nacional/Ferreira de Castro contempla ainda a publicação da obra vencedora pela Imprensa Nacional.
Aos 12 anos deixa Oliveira de Azeméis, concelho onde nasceu, e embarca sozinho para o Brasil.
Ali, testemunhou a exploração dos indígenas, dos pobres e dos emigrantes. De regresso a Portugal, instala-se em Lisboa, onde foi jornalista, fundando vários jornais e revistas e colaborando com outras tantas publicações.
Notabilizou-se com as obras como Emigrantes, de 1928, e principalmente com A Selva, de 1930 – que durante décadas foi um dos livros mais lidos e traduzidos da literatura portuguesa e, inclusive, adaptado posteriormente ao cinema.
Considerado o primeiro proletário das letras, Ferreira de Castro assinala o início de uma nova fase do realismo social em Portugal.
Ferreira de Castro, chegou mesmo a ver o seu nome proposto ao Nobel da Literatura, em 1951.
Hoje, continua a ser um dos autores portugueses com maior divulgação internacional, cuja obra constitui um importante testemunho social e que merece da parte de todos nós uma releitura atenta.