“A ideia apareceu no verão entre amigos. Uma loucura que chegámos mesmo a fazer”, explicou à agência Lusa Sara Durão, 21 anos, uma das sócias do projeto juntamente com Hugo Miranda, de 24 anos, e Hugo Matos, de 23.
Com a “loucura”, que se transformou na primeira padaria a vender pão português em Díli, os três jovens pretendiam apenas fazer mais por si e pelo seu futuro, apesar de todos terem emprego em Portugal.
“Não tínhamos problema nesse aspeto. A crise ajudou em termos de objetivos futuros, mas mais do que a crise foi a nossa mentalidade e a busca por uma experiência diferente”, disse Sara Durão.
Questionada sobre a razão que os levou a escolher Timor-Leste, Sara Durão respondeu: “Timor, porque não?”.
“Uma experiência sem dúvida muito interessante por todos os caminhos secundários que tivemos de ultrapassar e não estamos arrependidos”, afirmou.
Para estabelecer a padaria, que está localizada na rua onde fica a embaixada de Portugal em Díli, os três jovens demoraram sete meses e viveram momentos complicados.
“Foi muito complicado. Não é fácil. Somos novos, não somos pessoas com muitos anos de experiência, mas acho que a vontade e o espírito de dedicação ao projeto fez tudo dar certo”, disse.
Da maior dificuldade não se consegue lembrar porque foi tudo muito difícil, mas no final valeu a pena porque, como disse Sara Durão, as “coisas que mais custam são aquelas que no final sabem melhor”.
A resposta da comunidade portuguesa residente em Díli e dos timorenses foi “surpreendente”, considerou.
“Há muitos clientes interessados e é isso que nos faz sentir que o caminho valeu a pena e sentimo-nos extremamente orgulhosos por tudo o que fizemos”, disse.
Para o futuro, os três jovens não têm previsões. Para já vão ficar alguns anos em Timor-Leste a vender todo o tipo de pão e com a promessa de “muitas novidades” na Padaria Brasão.
MSE // VM – Lusa/Fim
Sara Durão (C), 21 anos, acompanhada por duas funcionárias da Padaria Brasão, a primeira a vender pão com sabor a Portugal, que foi esta manhã inaugurada em Díli, Timor-Leste, 10 de maio de 2013. Uma loucura de férias de três amigos portugueses com menos de 25 anos transformou-se na Padaria Brasão. ANTONIO AMARAL / LUSA