Livro de culinária dos países africanos lusófonos

“O livro é uma viagem pelas receitas, sabores e ingredientes que fazem parte da cultura gastronómica dos países de África que falam português”, declarou à Lusa Maria Augusta Carvalho.

O livro, intitulado “Comeres de África Falados em Português”, chega às livrarias ainda esta semana, de acordo com a editora Casa das Letras (grupo Leya).

“A ideia do livro já tinha surgido há algum tempo, mas só agora é que se proporcionou esta oportunidade de ser publicado”, disse a autora.

Maria Augusta Carvalho disse que tomou contacto com a comida africana na Guiné-Bissau, quando passou alguns meses na casa de um irmão militar, que estava numa comissão de trabalho no país em 1961.

“Era ainda muito jovem e tomei contacto pela primeira vez com a comida africana através de uma senhora muito simpática, que era a Dona Berta”, acrescentou.

Dona Berta era dona de uma pensão muito conhecida em Bissau e foi neste ambiente que Maria Augusta começou sua aventura pela gastronomia africana lusófona.

“Quando voltei a Portugal, já trouxe o bichinho, a vontade de conhecer mais a culinária africana”, sublinhou Maria Augusta Carvalho.

A autora, que foi funcionária pública, explicou que trocava receitas com os amigos – muitos de origem africana – e com familiares que viveram em países de África, sobretudo em Angola.

As receitas, que mostram a miscigenação das culturas, revelam os sabores e aromas de ingredientes como a batata, o milho, as malaguetas, os quiabos, as carnes e os temperos variados.

Maria Augusta apresenta receitas tradicionais de Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Guiné-Bissau, passando pela muamba, pela cachupa, pelos pratos de chabéu, entre tantos outros.

A autora disse que tomou a precaução de “incluir receitas que tivessem todos os produtos para a confeção dos pratos acessíveis em Portugal”.

A cozinheira/escritora, para além da Guiné-Bissau, nunca esteve nos outros países da África lusófona, mas apaixonou-se pela sua gastronomia, pela sua cultura e modo de viver.

“Já estive para ir a Moçambique, mas não aconteceu. Espero poder visitar estes países um dia”, sublinhou.

Maria Augusta revelou que também tem receitas de outras regiões e países do globo, como da Índia e do Brasil, país que já visitou algumas vezes.

“Tenho amigos e conhecidos de várias nacionalidades e vamos trocando receitas de pratos”, declarou, revelando a sua grande paixão pela culinária, não só portuguesa e africana, mas do mundo.

CSR – Lusa/fim

Foto: A igualdade de género também se promove com os homens na cozinha. Esta foi a ideia defendida por uma iniciativa social que deu formação culinária a mais de 30 moçambicanos, em Maputo, 26 de maio de 2012.. ANTONIO SILVA/LUSA

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