Lisboa, 17 dez (Lusa) – Os serviços de estrangeiros e fronteiras dos países lusófonos têm reunido para “agilizar a livre circulação de pessoas e a emissão de vistos empresariais”, disse o presidente da União de Exportadores da CPLP, cujo segundo Fórum arranca hoje.
“Há reuniões dos vários Serviços de Estrangeiros e Fronteiras lusófonos para agilizar a circulação de pessoas e a emissão de vistos empresariais”, disse Mário Frota à Lusa no dia em que arranca o segundo Fórum dos Exportadores da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Braga.
“Temos reunido com embaixadores de alguns países e eles deram-nos nota de que havia reuniões entre os vários SEF, que aliás foi uma instrução que saiu da reunião dos ministros dos Assuntos Internos em Díli, no ano passado. Há orientações no sentido de começar um estudo para ver como é que isso era possível”, acrescentou o responsável.
A liberdade de circulação de bens, serviços e pessoas é uma das principais reivindicações dos empresários lusófonos, que consideram que essa liberdade de movimentos é essencial ao aumento dos negócios, mas reconhecem que a ideia esbarra nos acordos políticos dos espaços geográficos em que cada país está inserido.
“Existe um problema muito grande que é a livre circulação de bens, pessoas, capitais e serviços, e neste mundo global não podemos estar à espera dos políticos para que isso aconteça; quando os empresários começarem a fazer negócios, quando começarem a melhorar a vida e o bem-estar das pessoas, os Estados vão ter de se encontrar para isso mesmo”, disse Mário Frota.
O Fórum, que arranca hoje até sexta-feira em Braga, tem como objetivo “aproximar as empresas que compõem a CPLP e ajudar as empresas a começar uma relação comercial que no futuro gere negócios”, disse Mário Frota na entrevista de antecipação do encontro.
“Neste momento existe a cultura de importação e exportação, e nós queremos mudar o paradigma da relação comercial entre estes povos”, acrescentou o responsável, sublinhando que na CPLP há dois tipos de economia.
“Portugal e Brasil são economias maduras com mercados estagnados, e os outros são economias com recursos naturais e grande necessidade de diversificar, senão não têm produtos nas prateleiras do supermercado para comer”, disse.
A necessidade de diversificarem a produção económica só tem a ganhar se for feita dentro da lusofonia, “porque se for com parcerias com países com afinidades culturais e políticas é mais fácil”.
No Fórum que decorre em Braga e que terá a participação do candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa, entre outros responsáveis políticos dos países da CPLP, os participantes poderão, sem custos e com entrada livre, ter informação sobre os mercados e realizar reuniões individuais com outras empresas dos países desta comunidade.
“Uma coisa diferente neste fórum é que nestas conferências os oradores são os empresários a falar uns com os outros”, sublinha Mário Frota.
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