São 450 os alunos que desde ontem se encontram no território para participar na edição de 2017 do Curso de Verão de Língua e Cultura Portuguesa. Durante três semanas os estudantes vão participar, além das aulas, em atividades desportivas, culturais e até aprender um ou outro passo de folclore português. Os participantes rumaram a Macau para fortalecer o domínio da língua portuguesa.
A vontade de melhorar as competências ao nível do português, o interesse pela cultura de Macau e a história de Portugal e até os pastéis de nata ou o edifício sede dos Correios e Telecomunicações de Macau (CTT). Foram estas algumas das razões elencadas pelos alunos que se deslocaram até ao território para participar no Curso de Verão de Língua e Cultura Portuguesa promovido pelo Departamento de Português da Universidade de Macau (UM). A iniciativa, que conhece este ano a sua 31ª edição, atraiu um número recorde de 450 alunos provenientes de uma dezena de países e territórios onde se incluem a Tailândia, Timor-Leste, a Coreia do Sul ou mesmo a Moldávia. Cerca de 80 por cento dos participantes chegam de fora do território, o que, para os coordenadores do curso, Ana Nunes e Gonçalo Cordeiro, “vem colocar em evidência a projeção e reconhecimento público que o trabalho realizado nos últimos 30 anos pelo Departamento de Português tem vindo a alcançar no projeto de promoção e divulgação da língua portuguesa pelo mundo”.
Presente na cerimónia de inauguração do curso, que ontem decorreu na Aula Magna da Universidade de Macau, esteve também Sou Chio Fai, na qualidade de coordenador do Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES). O dirigente participou na segunda edição do curso, em 1988, quando a Universidade de Macau era ainda designada de Universidade da Ásia Oriental: “Tive esta oportunidade de participar no segundo curso de Verão de português da universidade e foi uma experiência maravilhosa porque naquela altura fiz muitos amigos que vinham de todo o mundo e também tive a oportunidade de aperfeiçoar a língua portuguesa”, confessou Sou aos jornalistas. O coordenador do GAES sublinhou o crescimento exponencial que conheceu a iniciativa: “Naquela altura não chegou a 100 [participantes] e agora [são] 450; naquela altura o campus estava na ilha da Taipa e agora o campus está muito maior e muito melhor e com estes 30 anos de experiência de organização o curso foi ficando melhor”, defendeu.
Chen Yibing, da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, contou ao PONTO FINAL que decidiu participar no curso para “aprender a cultura e a história de Macau e a língua portuguesa”. Já o seu colega Ji Zhaoyang espera adquirir conhecimentos também de outros países de língua oficial portuguesa e Shi Xiaoyi vai procurar visitar as igrejas por serem “um símbolo de Macau”. Anita Cai, da Faculdade de Negócios do Sul da China, confessou estar curiosa em experimentar os pastéis de nata e em visitar o edifício dos CTT por este ter figurado num dos seus livros de português.
Uma das novidades introduzidas na edição deste ano é a modalidade de tradução, para além das outras cinco já existentes: iniciação, básico, intermédio, avançado e superior. Serão os alunos do nível criado este ano a providenciar a interpretação simultânea da sessão “A herança cultural de Macau”, conduzida por Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses e também da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses.
Para além das sessenta horas de formação previstas no programa, os estudantes vão também poder participar em atividade lúdicas, culturais e desportivas que passam por aulas de canto e folclore português, sessões de cinema e uma visita ao Museu de Macau e ao centro histórico.