Língua portuguesa mal preparada para a era digital

O português está mal preparado para a era digital, de acordo com os resultados de um estudo internacional sobre o estado de desenvolvimento da tecnologia da linguagem feito a 30 línguas europeias.

O apoio da tecnologia da linguagem ao português é classificado como “pouco ou nenhum” na tradução automática, “fragmentário” na análise de texto e nos recursos linguísticos e orais, e “médio” no processamento da fala.

Os recursos linguísticos e orais são os recursos de base – conjuntos de dados, bases de conhecimento linguístico, etc. – necessários para a criação de ferramentas e aplicações em tecnologias da linguagem.

O estudo foi apresentado numa conferência internacional na Fundação Gulbenkian, em Lisboa, onde foi lançado o Livro Branco sobre “A Língua Portuguesa na Era Digital”, um projeto que envolve as faculdades de Ciências e de Letras da Universidade de Lisboa, e o Instituto Superior Técnico.

A fraca classificação da língua portuguesa parece um paradoxo, porque há mais de 220 milhões de falantes do português espalhados pelo mundo, a nossa língua é a terceira mais usada no Twitter e a quinta mais usada na internet, e o Brasil é o quinto país que mais utiliza a rede.

“Não se trata de um paradoxo mas de realidades diferentes, porque uma coisa é falarmos de suportes, canais e meios de difusão da língua portuguesa a nível mundial, onde não estamos mal; outra coisa é a tecnologia da linguagem, que não está à vista das pessoas como a presença na internet, mas que é um fator crucial para a afirmação da nossa língua na era digital”, esclarece António Branco, investigador do Departamento de Informática da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

 

António Branco é coordenador do projeto europeu METANET4U, que pretende contribuir para o estabelecimento de uma plataforma digital pan-europeia que disponibilize recursos e serviços relacionados com a linguagem, envolvendo bases de dados e ferramentas de software para o processamento da fala e da linguagem. Ler o artigo completo.

 

Na foto: António Branco

 

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