“A razão fundamental para abrir o ensino de Língua Portuguesa na nossa Universidade é a facilidade de comunicação com Timor-Leste”, disse o reitor. “Timor-leste e o Timor ocidental da Indonésia estão no mesmo arquipélago e as comunicações são importantes para um bom entendimento”, justificou. A PGRI é uma instituição de ensino superior dedicada ao ensino de ciências e formação de professores, com unidades em Cupang, no Timor Ocidental, e em Joyjacarta. Titus Bureni, que se encontra de visita a Díli, disse aos jornalistas no Parlamento Nacional, onde hoje se deslocou, que foi assinado terça-feira um memorando de entendimento com Timor-Leste para a cooperação entre a sua instituição e a Universidade Nacional Timor Lorosae (UNTL).
“Em novembro foi feito um primeiro estudo de viabilidade e ontem foi assinado um memorando de entendimento com Timor-Leste, na área de pesquisa e ensino, ao abrigo do qual vamos criar o programa de ensino do Português, promover estágios e intercâmbio de estudantes”, esclareceu. O vice-reitor da PGRI adiantou que está a ser desenhado o programa de ensino de Língua Portuguesa, vai ser elaborado o currículo, e serão convidados docentes da Universidade Nacional Timor Lorosae para ensinar no pólo de Cupang daquela universidade indonésia. Titus Bureni disse ainda que a sua Universidade vai estar representada dia 25, no seminário nacional sobre línguas locais, organizado pelas autoridades de Timor-Leste. O reitor considerou ainda que a cooperação entre as universidades dos dois países pode também vir a abranger a área do desporto, em várias modalidades. Virgílio Marçal, deputado do CNRT, partido que lidera a coligação no poder em Timor-Leste, elogiou o interesse dos académicos indonésios em fomentar o ensino de Português. “Sentimo-nos honrados e contentes porque é uma língua oficial de Timor-leste que também vai ter espaço em Timor Ocidental”, disse. O programa de ensino de Língua Portuguesa em Timor Ocidental materializa a nova postura da democracia indonésia perante Timor-Leste, onde a utilização do Português foi combatida durante os anos da ocupação pela ditadura de Shuarto.
Lusa
FONTE: SIC Notícias