Kriol Jazz Festival em Cabo Verde com forte aposta em artistas lusófonos

Praia, 22 fev (Lusa) – A 11.ª edição do Kriol Jazz Festival, marcada para abril em Cabo Verde, apresenta este ano um cartaz dominado por artistas lusófonos, que inclui uma criação de músicos de seis países de língua portuguesa, anunciou hoje a organização.

Além de Cabo Verde, o Kriol Jazz Festival (KJF), que este ano acontece nos dias 06, 11, 12 e 13 de abril, na capital cabo-verdiana, terá atuações de músicos e grupos de Angola, Brasil, Guiné-Bissau, Portugal e Moçambique. São também esperados músicos de Cuba, Estados Unidos e da ilha de Reunião.

Na primeira noite do festival, que é denominada de Zona Kriol, de entrada gratuita – e que este ano será no bairro de Vila Nova -, haverá atuações do grupo Azagua, Trakinuz e Bulimundo (Cabo Verde) e Rincon Sapiência (Brasil).

A segunda noite, que coincide com o encerramento do Atlantic Music Expo (AME) e em que a entrada continua a ser grátis, sobem ao palco montado na Pracinha da Escola Grande, no centro histórico da Praia (Plateau), Cuca Roseta (Portugal) e Mário Lúcio e Simentera (Cabo Verde).

A primeira noite paga será no dia 12 de abril, que vai arrancar com a música do brasileiro Zeca Pagodinho, seguido do cabo-verdiano Tito Paris.

Segue-se depois uma “criação” do Kriol Jaz, denominada de “D’Alma Lusa”, que vai reunir no mesmo palco Anabela Aya (Angola), Karyna Gomes (Guiné-Bissau), Roberta Campos (Brasil), Mirri Lobo (Cabo Verde), Otis (Moçambique) e Cuca Roseta (Portugal).

Na última noite, também paga, vão cantar ainda as cabo-verdianas Elida Almeida e Mayra Andrade.

“É o primeiro ano que o cartaz está tão lusófono. Não foi feito de propósito, mas conforme os artistas foram entrando”, afirmou José ‘Djô’ da Silva, produtor e dono da Harmonia, produtora cabo-verdiana que organiza o evento em parceria com a Câmara Municipal da Praia (CMP).

O produtor considerou que a presença de muitos artistas lusófonos foi um “bom acaso”, tendo em conta que acontece no momento em que Cabo Verde tem a presidência rotativa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).

No entender do vereador da Cultura da CMP, António Lopes da Silva, o cartaz proporcionou um “casamento interessante” com nomes “muito fortes” da cultura lusófona, esperando, por isso, um “bom festival”.

Haverá ainda atuações de El Comité (Cuba), Tiloun (Reunião), Lucky Peterson e Stanley Clarke (Estados Unidos).

Através de uma parceria com a Câmara Municipal de São Vicente, o músico brasileiro Zeca Pagodinho vai atuar nessa ilha, no dia 14 de abril, numa “descentralização” do Kriol Jazz que acontece pela terceira vez.

Uma das ambições da organização é levar o festival ao estrangeiro, tendo ‘Djô’ da Silva garantido que há “negociações avançadas” com a ilha de Reunião, que deverá acolher o evento em setembro.

“Mas não é fácil, porque há sempre um problema financeiro. Temos de encontrar um parceiro no país capaz de ir buscar patrocinadores”, salientou, indicando que “há possibilidades” de realizar o festival em Portugal.

O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, vai assistir ao KJF e o vereador da Cultura praiense disse esperar que “ganha coragem” para levar o festival para o concelho.

Orçado em 29 milhões de escudos cabo-verdianos (cerca de 263 mil euros), este ano o festival vai homenagear os compositores cabo-verdianos Pedro Rodrigues e Daniel Rendall.

O KJF já é uma marca e um mercado internacional, classificado entre os 25 melhores festivais do mundo pela revista inglesa Songlines.

O evento tem por objetivo promover a música de inspiração crioula originária de todas as ilhas, onde os artistas cabo-verdianos partilham o palco com grandes nomes de África, Europa, Américas e Caraíbas.

A realização do Kriol Jazz acontece, no calendário, na sequência da AME, feira internacional que se realiza de 08 a 11 de abril, na Cidade da Praia, e reúne centenas de participantes, de artistas, músicos e produtores, a empresários, jornalistas, diretores de festivais e agentes, para mostrarem os seus trabalhos e refletirem sobre o mercado da música.

RYPE // MAG – Lusa/Fim
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