José Luís Peixoto lança em livro peça teatral “Estrangeiras” em Cabo Verde

Praia, 19 jan (Lusa) – O escritor português José Luís Peixoto vai lançar, na próxima semana, em Cabo Verde, a obra “Estrangeiras”, um texto teatral que ganha forma de livro numa edição da Rosa de Porcelana.

A apresentação do livro, que já “subiu ao palco” em Portugal, no Brasil e em Cabo Verde, decorrerá em duas sessões, uma no Mindelo, na segunda-feira, e outra na cidade da Praia, na terça-feira, ambas com a presença do escritor português.

O texto conta a história de três mulheres de diferentes países da lusofonia – Portugal, Cabo Verde e Brasil – que ao tentarem entrar nos Estados Unidos são obrigadas a ficar juntas durante algumas horas numa sala da polícia de fronteira do aeroporto.

Enquanto esperam vão conversando e aos poucos acabam por mostrar o que pensam umas das outras e sobre os países de onde vêm, evidenciando o quase desconhecimento da lusofonia sobre si própria.

A peça estreou-se em julho em Portugal e em setembro em Cabo Verde, depois de uma passagem pelo Brasil, numa coprodução do Teatro Municipal do Porto e do grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo.

A obra foi encenada por João Branco e interpretada pelas atrizes Sílvia Lima (Cabo Verde), Francisca Lima (Portugal) e Janaína Alves (Brasil).

João Branco, que com o escritor Filinto Elísio irá apresentar o livro, explicou, na altura da apresentação pública da peça, em maio, no Mindelo, que o projeto começou a germinar há 10 anos e resultou sobretudo da amizade que liga escritor e encenador.

Na mesma altura, José Luís Peixoto sublinhou a oportunidade de falar de “assuntos importantíssimos no contexto dos países onde se fala a língua portuguesa”.

“Com as distâncias que temos imaginamo-nos uns aos outros. Os portugueses imaginam os brasileiros, os brasileiros imaginam os portugueses, os cabo-verdianos imaginam os portugueses e os portugueses os cabo-verdianos e, nessa imaginação, muitas vezes há ideias que se vão cristalizando, que nem sempre são corretas e são injustas para todos”, disse na altura.

É este texto que ganha agora forma de livro naquela que é o 10.º livro da Rosa de Porcelana e que, segundo a editora, confirma a opção pela “diversificação dos géneros literários” e pela “internacionalização das obras e autores de língua portuguesa”, segundo nota do Centro Cultural Português da Praia, local que acolhe uma das sessões do lançamento do livro.

CFF // TDI – Lusa/Fim
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