“Considero [a escolha] uma grande distinção, até pela influência que a Academia possui na sociedade brasileira – é uma instituição com grandes iniciativas no campo da cultura e da língua portuguesa”, disse à Lusa o diretor do Jornal de Letras.
A sessão na qual José Carlos Vasconcelos se estreia ocorre tradicionalmente às quintas-feiras, quando os académicos se encontram no edifício sede da instituição para debater os temas em agenda e tomar o famoso “chá da tarde”.
A eleição para sócios-correspondentes é feita por votação secreta, na qual os 40 membros permanentes da Academia escolhem o sucessor para a cadeira vaga – neste caso, a de número 11, que pertencia ao alemão Curt Meyer-Clason (1910-2012).
“Entrei em substituição do Meyer-Clason, que foi um dos maiores tradutores da literatura de língua portuguesa para o alemão. Acho que fui escolhido pelo meu trabalho de aproximação com o Brasil, e de ligação da cultura luso-brasileira”, acrescentou o mais novo representante português na ABL.
Como ocorre tradicionalmente, para concorrer à cadeira vaga é preciso ser indicado por um dos 40 académicos.
Vasconcelos contou com a indicação da professora de literatura portuguesa Cleonice Berardinelli e do advogado e escritor Marcos Vinícios Vilaça, ex-presidente da instituição (2010-2011). Foi a única candidatura apresentada.
Fundada em julho de 1897, a Academia Brasileira de Letras teve como primeiro presidente o escritor Machado de Assis. Atualmente, a instituição é formada por 40 membros permanentes e outros 20 sócios-correspondentes, que representam os letrados não residentes no Brasil, entre eles, os portugueses: Mário Soares, Augustina Bessa Luis e Urbano Tavares Rodrigues.
De acordo com a assessoria da ABL, no caso dos sócios-correspondentes não há necessariamente uma cerimónia de posse oficial. Nesse caso, o indicado passa a fazer parte do grupo imediatamente após sua eleição.
FYRO // HB
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Foto: LUSA – Jose Carlos Vasconcelos, em Lisboa a 1 de Julho de 1992. JOÃO PAULO TRINDADE / LUSA