Jorge é Amado em todo mundo

Uma exposição de desenhos, sob o título “100 + 100 – Carybé ilustra Jorge Amado”, foi inaugurada na quarta-feira, em Salvador, Estado da Bahia, no Brasil, para assinalar o aniversário natalício do escritor Jorge Amado, que em vida completaria 99 anos de idade no passado dia 10.A mostra está patente no hall do Teatro Castro Alves (Campo Grande).

Aberta até dia 21, junta ilustrações feitas pelo artista plástico Carybé para as obras do escritor baiano, e tem como objectivo celebrar o encontro dos dois centenários, já que o artista plástico argentino radicado na Bahia, amigo e parceiro de Jorge Amado, comemoraria 100 anos este ano.

As ilustrações dizem respeito aos trabalhos realizados por Carybé para quatro obras clássicas de Jorge Amado: “Jubiabá”, “O Sumiço da Santa”, “O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá” e “A Morte e a Morte de Quincas Berro d’Água”, livros nos quais Carybé não só criou a arte para as capas, como também fez uma série de ilustrações internas.

A filha do artista Solange Carybé assina a curadoria da exposição e disse, à imprensa local, que o seu pai e Jorge Amado “eram irmãos, por escolha própria e dos orixás, além de compadres”.

Adiantou ainda que, como artistas, os seus temas e interesses também coincidiam, “por isso, nada mais adequado do que celebrar o centenário de Carybé com uma mostra das ilustrações que ele fez para Jorge Amado, num evento que anuncia o próximo centenário do escritor, em 2012”.Jorge Amado foi um dos mais prestigiados escritores de língua portuguesa. Nascido a 10 de Agosto de 1912, em Itabuna, estado da Bahia, Jorge Leal Amado de Faria foi jornalista antes de enveredar pela literatura.

Romancista, contista, poeta, dramaturgo, cronista e crítico literário, foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos.

Ele é o autor mais adaptado pela televisão brasileira, com verdadeiros sucessos como “Tieta do Agreste”, “Gabriela, Cravo e Canela” e “Teresa Batista Cansada de Guerra” são criações suas, além de “Dona Flor e Seus Dois Maridos” e “Tenda dos Milagres”.

A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba por todo o Brasil.

Os seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braille e em gravações para cegos. Em 1994 foi galardoado com o Prémio Camões, o Nobel da língua portuguesa.Falecido a 6 de Agosto de 2001, porém, as comemorações do centenário do seu aniversário começaram dia 10, em Salvador, na Bahia, Estado onde o autor nasceu e escreveu grande parte de suas obras, utilizando-o como fonte de inspiração para as suas personagens.

Os 100 anos de Jorge Amado vão ser lembrados com uma série de homenagens, com acções na cidade de Salvador e em cidades do interior. A Fundação Casa de Jorge Amado, no Pelourinho, já abriu as suas portas para anunciar o início do “Ano Jorge Amado”.

A primeira grande acção ocorreu no Teatro Castro Alves, o mais famoso de Salvador, que contou com a presença especial do escritor moçambicano Mia Couto, que fez uma conferência sobre o tema “Um Mar Vivo: Como Jorge é Amado em África”, propondo uma leitura africana da obra do autor baiano. As homenagens a Jorge Amado não ficarão restritas apenas à capital baiana.

Em Ilhéus, a 460 quilómetros de Salvador, as homenagens começaram na quarta-feira, com uma alvorada de fogos, às sete horas da manhã, seguida de um acto ecuménico na Catedral de São Sebastião.A programação estende-se ao longo de todo o mês de Agosto em Ilhéus e inclui exposição, saraus literários e oficinas, além do espectáculo de teatro “Dona Flor e Seus Dois Maridos”.

Outras cidades baianas também preparam uma programação para homenagear o escritor. Em Vitória da Conquista, a 500 quilómetros de Salvador, vai decorrer o “XX Encontro de Leitura: Centenário de Jorge Amado entre Saberes e Sabores”, que começa no dia 30.

Em Novembro, a cidade de Jequié, a 365 quilómetros de Salvador, promove a conferência “O Candomblé na produção literária de Jorge Amado”, com o escritor Domingos Ailton, membro fundador da Academia de Letras de Jequié e mestre em Memória Social e Documento.

FONTE: Jornal de Angola

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