IPOR vai voltar a coordenar rede de leitorados na Ásia

“O Governo português entende que o IPOR deve retomar a sua função de lógica regional e, por isso, uma intervenção que possa estar sediada em Macau, mas usar Macau como plataforma para a Ásia”, disse Ana Paula Laborinho em declarações aos jornalistas no final da assembleia-geral da instituição.

O Camões dispõe atualmente de uma dezena de representações – desde centros de língua e cultura a polos de leitorados – da Índia até ao Japão, pelo que “importa a sua articulação, a sua coordenação, quer em termos de atividade e materiais de ensino, quer ao nível de formação de professores”, justificou Ana Paula Laborinho, esclarecendo que “isso não implicará um aumento das contribuições” por parte dos associados do IPOR.

“Essa já tinha sido uma intervenção do IPOR e achamos que estamos outra vez em condições, pela dimensão que tem, pela sua importância e pela forma como se tem consolidado, de efetivamente retomar, com ganhos acrescidos, esta capacidade de plataforma para a região”, sustentou a presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, sócio maioritário do IPOR.

O Instituto Português do Oriente coordenou a rede externa de professores de Português em universidades da Ásia até à alteração estatutária publicada em maio de 2009.

Para o presidente da Fundação Oriente, Carlos Monjardino, “faz sentido” recuperar essa atribuição. “Era importante que se centralizasse aqui o ensino do português, através dos leitorados ou da formação de professores”, afirmou, considerando ser “inclusivamente importante para Macau”.

“Estamos certos de que também este reforço da sua intervenção [do IPOR] será relevante para as autoridades” da Região Administrativa Especial de Macau, reforçou Ana Paula Laborinho, ao recordar que recentemente foi aprovada a realização de reuniões anuais da comissão mista Portugal-Macau, pelo que o diálogo terá lugar nesse quadro.

Na assembleia-geral foram ainda aprovados o plano de atividades e orçamento para 2014 – na ordem dos 13 milhões de patacas (1, 2 milhões de euros), com o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua a garantir que não obstante as “dificuldades” manter-se-ão as atuais contribuições, destacando, neste âmbito, o “esforço muito significativo” do IPOR em gerar as suas próprias receitas.

A “grande aposta” para este ano passa por “recolocar o IPOR na senda de produção de materiais dirigidos ao grande público”, com especial foco em recursos multimédia de fácil acesso, João Laurentino Neves.

“Estamos a trabalhar e iremos seguramente em 2014 pôr cá fora algumas iniciativas em preparação”, acrescentou o diretor da instituição.

O IPOR, que cumpre 25 anos em setembro, pretende assinalar a efeméride com uma exposição fotográfica para dar a conhecer a história de uma instituição que “já passou à maioridade” e que reúne o maior número de estudantes de português em simultâneo na Ásia.

DM // APN – Lusa/Fim

Foto LUSA: Membro do Exército Popular de Libertação, Pequim, China, 09 de abril de 2013. EPA/DIEGO AZUBEL

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