IPO cria balcão para apoiar chineses que querem estudar em Portugal

Macau, China, 05 jul (Lusa) – O Instituto Português do Oriente (IPOR) em Macau tem a funcionar, a partir de hoje, um Balcão de Apoio ao Estudante Internacional para dar resposta à crescente procura de chineses por instituições de ensino superior portuguesas.

“Em colaboração e em parceria com o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior [GAES] e o Consulado-Geral [em Macau] e universidades portuguesas, pensámos que faria todo o sentido a criação de uma estrutura que fizesse a ponte entre as instituições e os alunos de Macau e da República Popular da China, porque também já tivemos procura nesse sentido”, explicou o diretor do IPOR.

O balcão irá ajudar os estudantes no processo de decisão, fornecendo “informação detalhada” não apenas sobre “os cursos e as condições de matrícula nas universidades”, ou como essas instituições estão “posicionadas em algumas das suas áreas de formação tradicionais”, mas também “sobre as condições de vida que rodeiam as cidades” em que se inserem, observou João Laurentino Neves.

A estrutura faz particular sentido, atendendo “ao contingente cada vez maior de estudantes que procuram as instituições de ensino superior portuguesas”, realçou Laurentino Neves, indicando que, em 2016, o Consulado-Geral de Portugal emitiu 400 vistos e que desde o início do ano foram mais de 200.

O Balcão de Apoio ao Estudante Internacional vai funcionar todo o ano dada a “prática de antecipação muito forte das famílias chinesas”, indicou, relatando a experiência da sessão anual de esclarecimento organizada pelo GAES.

“É muito engraçado porque nessas sessões, que estão sempre cheias, temos pessoas cujos filhos têm 14 e 15 anos e que estão já a projetar a ida para uma instituição de ensino superior em Portugal e querem saber como é, quanto custa, quanto tempo dura, quais são as cidades, quais são os melhores cursos”.

O Estatuto de Estudante Internacional, destinado a cidadãos que não sejam nacionais de Portugal ou de um país da União Europeia, permite àqueles que terminaram o ensino secundário, no caso em Macau ou na China, “aceder diretamente a um contingente especial de vagas criadas por aquelas instituições para diferentes cursos de licenciatura e mestrado”.

Os portadores de passaporte português não podem entrar nas universidades em Portugal por aquela via.

“Fazer um curso superior ou de língua portuguesa [em Portugal] tornou-se cada vez mais popular em Macau”, afirmou o coordenador do GAES, Sou Chio Fai, acrescentando que centenas escolhem esse caminho todos os anos.

“Há cada vez mais”, indicou, sublinhando que aprender português também se tornou “cada vez mais importante” dada a política de transformar Macau “numa base de formação de quadros bilingues” e numa plataforma entre a China e os países de língua portuguesa.

Este balcão “é uma boa ideia” para “dar maior apoio em termos de informação aos alunos e aos pais que queiram saber mais coisas sobre o acesso ao ensino superior em Portugal”, sublinhou.

Macau, por via de diferentes instituições, como o GAES, concede uma série de bolsas a estudantes que prossigam estudos em Portugal. A título de exemplo, o GAES, em particular, celebrou recentemente um protocolo com a Universidade de Coimbra para conceder três bolsas de mérito aos que ali frequentem mestrados.

O GAES, que colabora com o IPOR noutras iniciativas como num curso de verão que atrai anualmente dezenas de estudantes, tenta também agora incentivar os alunos a realizarem o exame de proficiência linguística.

“Estamos a trabalhar com o IPOR e com outras entidades para ver o que podemos fazer. Uma hipótese – e estamos já a trabalhar nesta direção – é premiar os alunos, cidadãos de Macau, que consigam determinado nível de proficiência”, revelou o coordenador do GAES.

“Em princípio mais do que B2, mas o projeto está a ser analisado”, disse, indicando poder avançar “ainda este ano”.

DM // EJ – Lusa/Fim
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