Investimentos no gás e petróleo angolano aumentam devido ao conflito na Ucrânia

Luanda, 28 nov 2023 (Lusa) – Os investimentos no petróleo e gás em Angola vão aumentar nos próximos anos, com a Europa a querer diversificar a sua oferta energética devido ao conflito na Ucrânia prevendo-se que a produção petrolífera aumente para 1,4 milhões de barris/dia em 2028.

Os dados constam numa antevisão sobre Angola no período 2024-2028, elaborada pela Economist Intelligence Unit (EIU), a que a Lusa teve acesso. ´

Segundo os analistas da EIU, a produção de petróleo vai aumentar no médio prazo, à medida que o governo atrai novos investimentos, com os novos concursos públicos previstos para 2025 a expandir-se para o ‘onshore’, despertando interesse também entre as empresas chinesas.

Paralelamente, as reformas no setor, que incluem o corte de taxas e a possibilidade de ‘joint ventures’ entre a petrolífera angolana Sonangol e empresas estrangeiras, permitirá o aumento da produção de petróleo, estimando-se que atinja 1,4 milhões de barris/dia em 2028, contra 1,1 milhões de barris/dia previstos em 2023.

As ‘joint ventures’ de Angola com empresas internacionais também ajudarão a expandir a sua produção de gás natural, atraindo países europeus que procuram diversificar o seu abastecimento de gás, minimizando a dependência russa.

O novo consórcio de gás – liderado pela Sonangol e pela italiana de energia, a Eni, entre outros parceiros – está a desenvolver uma unidade ‘offshore’ e pretende produzir 4.000 milhões de metros cúbicos por ano, com início em 2026.

Por outro lado, o objetivo político mais amplo de substituição de importações de combustíveis deverá impulsionar a liberalização do mercado à medida que a capacidade de refinação aumenta, salienta o documento da EIU.

Os analistas consideram, no entanto, que a planeada retirada de subsídios aos combustíveis terá um compasso de espera em 2024, sendo retomada em 2025, à medida que aumentar a capacidade nacional de refinação de petróleo, com a entrada em funcionamento das refinarias do Soyo e do Lobito.

“Como as empresas privadas não estarão dispostas a vender combustível se os preços nas bombas forem inferiores ao preço do mercado regional, esperamos que o governo remova completamente todos os subsídios aos combustíveis até ao final de 2026”, indica o relatório da EIU, segundo o qual a diversificação económica vai continuar a progredir lentamente, sendo o setor petrolífero “um motor de crescimento”.

No que diz respeito às privatizações, a EIU prevê que os grandes – e mais valiosos – ativos levarão mais tempo a privatizar, “devido à falta de compromisso político e transparência, juntamente com a corrupção endémica, os obstáculos regulamentares e falta de concorrência interna, o que limita o investimento”.

As autoridades angolanas poderão tentar em vez disso, reestruturar grandes ativos, através de parcerias estratégicas com empresas privadas, racionalização de operações para reduzir custos e mudanças na gestão – mantendo ao mesmo tempo um controlo apertado sobre a economia.

A petrolífera estatal Sonangol, a diamantífera Endiama, a companhia aérea TAAG, a empresa de telecomunicações Unitel são alguns dos ativos que constam do programa de privatizações do governo até 2026.

Roma, 25 de maio de 2023 – O CEO da Eni, Claudio Descalzi, e o Presidente da Empresa, Giuseppe Zafarana, receberam hoje o Presidente da República de Angola, João Lourenço, juntamente com uma delegação de ministros do governo angolano, ao centro tecnológico “Eni 2050 lab”, localizado no contexto arquitetônico do Gazometro do bairro Ostiense de Roma, para ilustrar as soluções tecnológicas que estão no centro da estratégia de descarbonização da empresa.

RCR // ANP – Lusa/fim


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