Investigador guineense defende criação de estratégia do conhecimento na CPLP

Lisboa, 25 mai 2022 (Lusa) – O investigador guineense Miguel de Barros defendeu hoje a criação de uma estratégia do conhecimento na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que dê resposta às questões do acesso ao saber e da universalização de conhecimento adquirido naquele espaço.

“A CPLP há anos, através do movimento da sociedade civil, das ONG [organizações não-governamentais], elaborou uma estratégia da Segurança Alimentar Nutricional, reconhecendo que a questão da fome era um problema no espaço da língua oficial portuguesa. E não é uma questão o acesso ao conhecimento? E a questão da universalização do saber do ensino no nosso espaço?”, questionou Miguel de Barros.

O investigador falava no primeiro dia do II Encontro de Jovens Investigadores da CPLP sobre África, que se prolonga até quinta-feira no ISEG (Instituto Superior de Economia e Gestão), em Lisboa.

Para o investigador guineense, “há toda uma necessidade de ter uma estratégia, uma visão de médio e longo prazo, com metas bem definidas, na qual os Estados-membros são chamados a trazer subsídios para a sua construção”.

“Uma visão transversal, que salvaguarde uma perspetiva holística de produção do conhecimento”, advogou.

Na opinião de Miguel Barros, a criação de tal estratégia é possível de concretizar com um amplo movimento social académico, que “vai ser capaz de fazer propostas, que não se limitam só aquilo que sãos os interesses mais imediatistas” do quadro político de quem está no poder em cada Estado, e que tem metas “muito curtas em termos de calendários eleitorais”.

Esta estratégia da CPLP deve, segundo investigador, permitir “salvaguardar a democratização do conhecimento e do acesso à sua produção e a descolonização do conhecimento produzido”, entre outras.

Mas, acima de tudo, deve garantir “uma dinâmica de produção do conhecimento e de acesso ao ensino superior que anima a própria reciprocidade e as possibilidades de construção de uma sociedade ou de uma comunidade de povos e menos das instituições”, concluiu.

ATR // LFS – Lusa/Fim

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