Internacionalização da comunicação social

O ministro adjunto e responsável pela comunicação do Governo, Miguel Poiares Maduro, defendeu hoje a internacionalização de “todos” os órgãos de comunicação social e salientou que a língua portuguesa é o instrumento mais fácil para concretizar essa estratégia.

“A língua é um ativo e um potencial económico para o nosso país. Na área do audiovisual temos um potencial de exportação muito grande”, afirmou na cerimónia de apresentação, hoje em Lisboa, do curso de pós graduação de jornalismo internacional em língua portuguesa, uma parceria da Lusa com o instituto ISCTE.

O ministro, à margem do encontro, considerou “importante que todos os órgãos de comunicação social” possam ter uma “estratégia de internacionalização” e congratulou-se com o lançamento do novo curso.

“Os jornalistas são os editores da nossa democracia” disse, destacando que “todos os que intervêm no espaço público, como políticos e jornalistas, têm a responsabilidade muito grande de construir um espaço onde todas as ideias possam ser ouvidas, com tranquilidade e serenidade, e esgrimidos todos os argumentos e confrontadas as nossas próprias ideias”.

Poiares Maduro salientou os benefícios de o jornalismo “debater” os temas internos e informar sobre o que se passa internamente no país, mas “atendendo à necessidade de contextualizar a informação à luz do que se passa no mundo”.

O presidente da Lusa, Afonso Camões, na sua intervenção na cerimónia, lembrou que a agência de noticias tem correspondentes em 29 países do mundo e que essa rede “é cara e só é possível mediante financiamento publico”.

Ressalvando que a Lusa já custou ao Estado 16 milhões de euros por ano, e que atualmente custa 10, 7 milhões, Afonso Camões alertou para os perigos da composição acionista da empresa.

“A Lusa tem capitais públicos e capitais privados, sendo que do lado dos capitais privados estão os principais clientes da Lusa”, afirmou, acrescentando: “Ou seja, há no capital social da Lusa a capacidade permanente de condicionar o preço de mercado. Isso cria, por vezes, alguns constrangimentos”.

Afonso Camões lembrou ainda “os desafios” que “acionistas e jornalistas” da Lusa têm pela frente no sentido de “transformar este espaço da língua e cultura em negócio” e “interiorizar” que os destinatários da agência de notícias não são exclusivamente cidadãos nacionais.

“Temos de deixar de olhar tanto para o mercado nacional”, disse, lembrando que este mercado tem sido afetado pela crise, e apelando a que o horizonte dos jornalistas seja alargado a “oito povos soberanos”, os países de língua portuguesa.

O secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Isaac Miguigy Murargy, considerou também “muito importante” o lançamento do curso de pós-graduação, defendendo que “os jornalistas são os difusores de valores e princípios”.

VP // MSF – Lusa/fim

Foto: O ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro intervém na cerimónia de apresentação do curso de pós-graduação de jornalismo internacional em Língua Portuguesa, esta manhã na sede do Secretariado Executico da CPLP em Lisboa, 2 de abril de 2014. MIGUEL A. LOPES/LUSA

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