Instituto de Língua Portuguesa quer mais visibilidade política

Celebrada com dois dias de atraso, a efeméride foi lembrada quinta-feira num pequeno-almoço oferecido por Gilvan Muller, director executivo do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, que contou com a presença dos embaixadores de Angola, Josefa Guilhermina da Cruz, Brasil, Maria Dulce Silva Barros, e Portugal, Bernardo Lucena, de antigos dirigentes da organização e jornalistas.
Pela primeira vez em 22 anos de existência, lembrou Gilvan Muller, não há críticas ao orçamento do Instituto Internacional de Língua Portuguesa, que cresceu de 2010 para 2011. Há uma parcela, inédita, destinada ao investimento que põe fim às verbas de funcionamento.
Gilvan Muller informou que, já neste último semestre, o Instituto Internacional de Língua Portuguesa conseguiu captar 100 mil euros através do Programa de Apoio a Iniciativas Culturais nos Países Africanos de Língua Oficial Portugal (PALOP) e do Grupo África, Caraíbas e Pacífico (GRUPO ACP).A verba permite concretizar os quatro eixos estratégicos e o Vocabulário Ortográfico Comum (VOC) que a instituição tem em curso e cujos resultados são apresentados em Julho de 2012 na Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a decorrer em Maputo.
O primeiro colóquio foi realizado este ano também na capital moçambicana sobre a questão das 339 línguas faladas no espaço da CPLP, “o que liga o Instituto Internacional de Língua Portuguesa aos esforços das Nações Unidas para o multilinguismo”.
O segundo colóquio decorre entre 28 e 30 deste mês na Cidade da Praia, onde está situada a sede da instituição, que vai tratar o tema “O Português nas Diásporas”, que abre as portas ao terceiro, a realizar em Fevereiro de 2012 em Fortaleza (Brasil), destinado a analisar a unificação do Português na Internet.
“Tem de ser ultrapassada a questão do Português ser tratado como duas línguas diferentes na Internet”, sublinhou Gilvan Muller.

O quarto colóquio, a realizar possivelmente em Abril, em Luanda, permite colocar as questões da introdução do idioma oficial dos “oito” como língua de trabalho nas organizações internacionais.
“O colóquio de Luanda está focado nesta meta maior, que, a longo prazo, é a oficialização do Português como língua da ONU.
Mas há passos prévios para robustecê-lo nas organizações de carácter regional, principalmente nos blocos económicos regionais”, disse.Gilvan Muller realçou que o Português é língua oficial em seis blocos económicos regionais: União Europeia, Mercosul, CEDEAO, CEEAC, SADC e ASEAN, “ambiente privilegiadíssimo para a promoção da língua”.
“Em Luanda vamos pôr em contacto todos os gestores da Língua Portuguesa dos diferentes blocos, porque é a presença do Português nesses fóruns que vai criar a base para que o Português possa ser, a médio ou a longo prazo, também língua oficial da ONU”, afirmou.
Quanto à questão da visibilidade, ou da falta dela, Muller defendeu que tem a ver com a forma como a informação circula no espaço lusófono.

 

FONTE: Jornal de Angola

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