Lisboa, 01 jan (Lusa) – A implementação do Acordo Ortográfico dificilmente será uma prioridade na Guiné-Bissau, que “tem passado por uma situação de muita instabilidade política”, reconheceu Marisa Guião de Mendonça, diretora-executiva do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), à agência Lusa.
“A prioridade para a Guiné-Bissau não poderá ser, de todo, a implementação do Acordo, mas encontrar mecanismos de estabilidade política, para depois poder pensar noutras coisas”, declarou a responsável.
Marisa Mendonça avançou à Lusa que o IILP “não tem dados” sobre a situação do Acordo Ortográfico no país, “porque a Guiné-Bissau tem estado completamente ausente das reuniões” do Instituto, que conta com comissões nacionais de todos os estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
“O IILP faz votos de que, em 2016, a Guiné-Bissau encontre a estabilidade e possa voltar ao nosso convívio, para que, em conjunto, possamos apoiar as ações necessárias para a promoção, difusão e internacionalização da língua portuguesa”, acrescentou Marisa Mendonça.
O Acordo Ortográfico foi ratificado pela Guiné-Bissau em 2011 mas, em maio de 2015, era desconhecido pela maioria da população, segundo disseram à agência Lusa docentes de Português na Escola de Formação de Professores de Bissau.
Domingos Gomes, coordenador da licenciatura de Português na Escola Normal Superior Tchico-Té (Escola de Formação de Professores), afirmou à data ter sido com “espanto” que os participantes de um seminário haviam tomado conhecimento, três meses antes, em fevereiro de 2015, da ratificação do Acordo “e que faltava apenas a sua implementação”.
Para os docentes do Tchico-Té, até à “plena implementação” do Acordo Ortográfico, a Guiné-Bissau “terá que percorrer um longo caminho e gastar algum dinheiro”.
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