Mais da metade das cerca de 7.000 línguas e dialetos que ainda são falados no planeta terão desaparecido até o fim do século, vítimas de mudanças culturais, de repressão governamental e de outros problemas, segundo estimativas dos meios científicos.
David Harrison, professor de linguística na Universidade Swartmore (Pensilvânia), é um dos principais responsáveis pela criação de oito dicionários especializados no âmbito de um projeto promovido pela Sociedade National Geographic, que edita a famosa revista.
Harrison apresentou seus trabalhos durante a conferência anual da Associação Americana para o avanço da ciência (AAAS, em inglês), que é realizada desde quinta-feira em Vancouver (oeste do Canadá) e que prosseguirá até segunda-feira.
“O efeito positivo da globalização faz com que hoje seja possível que uma língua falada por poucas pessoas e em alguns lugares muito isolados tenha, graças à tecnologia digital, uma presença e uma audiência planetária”, explicou Harrison à imprensa durante a conferência da AAAS.
“A extinção de línguas não é inevitável”, insistiu, revelando “uma tendência à revitalização linguística nestes dez últimos anos em todo o mundo”.
“As pequenas comunidades linguísticas enfrentaram a falsa escolha ao ouvirem que sua língua fora superada e que precisavam renunciar a ela para poder abraçar a modernidade”, criticou Harrison.
Mas agora, “estes grupos linguísticos tomam consciência de que eles também podem ser cidadãos do mundo, aprender as línguas globais, como o inglês, conservando sua língua tradicional e os vastos conhecimentos” ancestrais vinculados a ela, disse.
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