O ministro Poiares Maduro considerou hoje essencial que as universidades apostem na sua internacionalização, suportada pelos novos fundos estruturais, para ajudar o país a ser competitivo numa economia aberta.
O ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional falava aos jornalistas à margem da inauguração do Instituto Confúcio na Universidade de Aveiro, um dos quatro a criar em Portugal sob o patrocínio da República Popular da China para difundir o ensino do mandarim.
“Temos vindo a trabalhar muito no sentido de internacionalizar as universidades portuguesas porque entendemos que o futuro de Portugal passa por ter universidades que sejam cada vez mais participantes num mundo global, onde ter conhecimentos e competências que sejam internacionalmente relevantes é fundamental para conseguir vencer numa economia aberta”, disse.
Para o ministro, essa aposta faz com que venham para Portugal estudantes de outros países, “que com eles trazem os seus talentos e competências, mas também abrem futuras oportunidades nos países de origem”.
O esforço de internacionalização, defendeu, “tem de acontecer também ao nível das competências dos portugueses, nomeadamente no conhecimento das línguas estrangeiras em que este governo tem apostado e também ao nível da internacionalização do nosso sistema científico e de ensino superior”.
Por seu turno, o ministro da Educação, Nuno Crato, salientou que a cooperação com a China tem-se intensificado nos últimos anos, ao nível da Ciência e da Educação e “existem já experiências interessantes” de ensino do mandarim a crianças portuguesas, como a experiência-piloto desenvolvida pela Universidade de Aveiro, que abrangeu já 750 estudantes.
Fotos da cerimónia de inauguração do Instituto Confúcio da Universidade de Aveiro, 23 de abril de 2015. JOSÉ COELHO/LUSA
O Instituto Confúcio (IC) da Universidade de Aveiro resulta de uma parceria com a Universidade de Línguas Estrangeiras de Dalian (ULED), na China e a sua inauguração é o resultado de vários anos de cooperação, conforme salientou o reitor da Universidade de Aveiro, Manuel Assunção.
Um momento determinante nas relações da UA com a China, segundo o reitor, foi a criação em 1998 do Mestrado em Estudos Chineses, o primeiro curso em Portugal de pós-graduação em língua e cultura chinesa, criado um ano depois da Universidade estabelecer o seu Centro de Estudos Asiáticos, sob a égide do reitor de então, Júlio Pedrosa, pela visão e iniciativa, já lá vão 17 anos.
A dinâmica da cooperação, inicialmente no domínio da Ciência e Engenharia dos Materiais foi-se depois estendendo a outras disciplinas e a outras universidades e instituições chinesas, em áreas como o Ambiente, Telecomunicações, Geociências e, mais recentemente, Turismo e Música.
A comunidade chinesa é já a terceira entre os estrangeiros que frequentam ou lecionam na Universidade de Aveiro, logo a seguir ao Brasil e a Cabo Verde.
Há cerca de três anos, correspondendo a um desafio do então presidente da Câmara de São João da Madeira e hoje secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, o Departamento de Línguas e Culturas lançou um projeto-piloto para o ensino de mandarim às crianças que frequentam as escolas do Município.
Durante a sessão solene inaugural, cerca de quatro dezenas de alunos de S. João da Madeira do 4.º ano, com idades de nove e dez anos, apresentaram uma coreografia com diálogos e canções em chinês.
MSO // MSP – Lusa / Fim