Lisboa, 06 jul 2019 (Lusa)- A ministra da Cultura de Portugal disse hoje que a inauguração do Centro Cultural de Cabo Verde em Lisboa, vai permitir intensificar a cooperação entre os dois países para elevar a morna, música cabo-verdiana, a património mundial da humanidade.
“A inauguração hoje do Centro Cultural de Cabo Verde, na rua de São Bento, em Lisboa, tão próxima da Casa de Amália, vai permitir intensificar o trabalho de cooperação que já tem vindo a ser feito entre os dois países para que a morna, seja considerada património da humanidade pela Unesco, tal como o fado, disse à Lusa Graça Fonseca.
Num discurso na cerimónia de inauguração do Centro Cultural, que levou hoje dezenas de pessoas à Rua de São Bento, animada ao final da tarde e ainda durante esta noite pela música e cultura cabo-verdiana, Graça Fonseca lançou o desafio de “se aproveitar o centenário de Amália Rodrigues, que se celebra em 2020, e a proximidade entre a Casa de Amália e aquele espaço cultural, para se desenvolverem ações conjuntas que permitam elevar a “morna” a património da Humanidade pela Unesco.
A cerimónia de inauguração do Centro Cultural de Cabo Verde na capital portuguesa, um investimento de 300 mil euros do país, segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades cabo-verdiano, Luís Filipe Tavares, aplicado no prédio do número 640 da Rua de São Bento, cedido pela Câmara de Lisboa, começou a meio da tarde com uma serenata à moda de Cabo Verde, que percorreu aquela rua lisboeta envolvendo dezenas de pessoas.
Na cerimónia estiveram presentes o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia, o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, e o ministro dos Negócios Estrangeiros Comunidades e Defesa, Luís Filipe Tavares.
Do lado de Portugal, além da ministra da Cultura, esteve o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Medina Carreira, a secretária de Estados da Cooperação, Teresa Ribeiro, e o Secretário Executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Francisco Ribeiro Telles, entre outras personalidades.
O ministro da Cultura de Cabo Verde disse no seu discurso que a ideia é que aquele espaço da Cultura e da Comunidade cabo-verdiana seja também um espaço aberto às outras culturas e comunidades do mundo da lusofonia.
Abraão Vicente disse ainda que este é o primeiro de uma rede de centros Culturais de Cabo Verde que o Governo quer criar junto das principais comunidades cabo-verdianas espalhadas pelo mundo. E especificou: “em Paris (França), Boston (EUA), Roterdão (Holanda) e Dakar (Senegal).
“O sonho e ambição da Comunidade cabo-verdiana em Portugal tornou-se realidade”, disse o primeiro ministro Ulisses Correia, sublinhando que o primeiro Centro Cultural fora de Cabo Verde “só poderia” ser em Lisboa, onde existe uma forte comunidade cabo-verdiana e uma cidade “onde pulsa o multiculturalismo”.
A festa promete agora prolongar-se pela noite dentro, com a música cabo-verdiana, cantada por Maria Alice, Sara Tavares, Dany Silva, Nancy Vieira, Titina e Gardénia Benrós, entre outros.