Homenagem ao Professor João Malaca Casteleiro

O Lugar da Língua Portuguesa no Mundo: perscrutando a visão de João Malaca Casteleiro[1]

Carla Sofia Gomes Xavier Luís e Alexandre António da Costa Luís
(aluis@ubi.pt)        (cxavier@ubi.pt)
UBI, PRAXIS, ALLC, IFP, OLP
Perante a triste notícia que nos abalou profundamente, deixamos este breve testemunho com o intuito de dedicarmos uma palavra de profunda amizade e elevada gratidão a tão nobre figura que irradiou saber, valores humanistas, afabilidade, fraternidade por onde passou. Gratíssimos por Tudo e até Sempre!
(10-02-2020).

 

 

João Malaca Casteleiro, pedagogo, gramático e lexicógrafo, fortemente comprometido quer com o ensino quer com a investigação, dedicou grande parte da sua vida ao estudo, valorização e internacionalização da língua portuguesa. Com efeito, a sua marca no âmbito da produção do conhecimento, da formação de quadros qualificados, dentro e fora de Portugal, e ainda no capítulo da regulação da língua, só para enunciarmos alguns domínios, é uma realidade inabalável.

Apesar de João Malaca Casteleiro constituir uma figura sobejamente conhecida pelas quatro partidas do Orbe, para melhor mergulharmos nas suas ideias em torno do lugar que a língua portuguesa ocupa no Mundo, expressas e colocadas em prática de diversas formas, importa recordarmos certos momentos marcantes do seu trajeto pessoal e académico (cf. Casteleiro, 2007: 7-14; 2016: 201-202), dado que constituem peças preciosas no âmbito do exercício que nos propomos realizar.

João Malaca Casteleiro nasceu no Teixoso, Covilhã, a 29 de agosto em 1936, e faleceu a 7 de fevereiro de 2020, em Lisboa. Licenciou-se, em 1961, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em Filologia Românica, com a dissertação A Expressão da “Ordem” na Língua Portuguesa do Século XX. Após o seu regresso de Angola, onde completou quatro anos de serviço militar obrigatório, inicia, em 1966, a sua vida como professor do ensino secundário no Colégio Militar, tendo sido, por essa altura, convidado pelo Professor Doutor Jacinto do Prado Coelho para colaborar, a tempo parcial, no Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa (cf. Casteleiro, in Silva: 123). Durante esse período, conheceu várias figuras emblemáticas, entre elas, José Inês Louro. Este último rapidamente reconheceu as suas aptidões para a carreira universitária, manifestando-se totalmente favorável à sua contratação como assistente, quando Jacinto do Prado Coelho lhe formula o convite, em 1968 (cf. Casteleiro, in Silva: 123). Estreou-se então nas lides da lecionação universitária, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1969. Em 1979, doutorou-se, na mesma universidade, com a sólida tese intitulada Sintaxe Transformacional do Adjectivo. Regência das Construções Completivas. Mais tarde, depois de prestar provas académicas de agregação, sagrou-se, a partir de 1981, professor catedrático. Muitos são os antigos alunos que lembram o seu desempenho na lecionação e coordenação de cadeiras como, por exemplo, Sintaxe e Semântica do Português, no âmbito da licenciatura, ou de vários seminários nas áreas da Sintaxe, Léxico e Didática, no âmbito do 2.º ciclo.

Foi também Professor Catedrático convidado na Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior, tendo aí influenciado vários jovens professores/investigadores, de onde destacamos, entre outros, Carla Sofia Gomes Xavier Luís, Domingos Gabriel Nzau, Paulo Osório, Reina Pereira, cujas dissertações de mestrado e/ou teses de doutoramento orientou. Refira-se que Malaca Casteleiro é reconhecido como “um dos pais” (Luís e Luís, 2016: 99) do Departamento de Letras desta mesma instituição de Ensino Superior, onde regressava com alguma assiduidade na qualidade de conferencista/reconhecido especialista de Linguística.

No Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, ocupou ainda o cargo de diretor de investigação e, no Instituto Nacional de Investigação Científica (INIC), de conselheiro científico. Presidiu, de igual modo, ao Conselho Científico da Faculdade de Letras, entre 1984 e 1987, tendo aí criado, em 1984, o Departamento de Língua e Cultura Portuguesa (do qual foi diretor até à sua jubilação), vocacionado para o ensino e para a investigação do português como língua estrangeira. Coordenou e colaborou em diversos projetos de investigação e de edição, quer em Portugal quer no estrangeiro, em cooperação com organismos como o Conselho da Europa, os Serviços de Educação do Governo de Macau e o Ministério da Educação.

Desde 1979, tornou-se membro da Academia das Ciências de Lisboa, tendo sido, entre 1991 e 2009, presidente do respetivo Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa. É, igualmente, sócio correspondente da Academia Brasileira de Filologia, da Academia Galega da Língua Portuguesa, da Academia de Letras de Brasília e da Academia Brasileira de Letras. Colaborou, na qualidade de professor visitante e de professor convidado, com diversas instituições de Ensino Superior, designadamente com a Universidade de Coimbra, as Universidades dos Açores e da Madeira, a Universidade de Macau, onde, ao longo de mais de uma década, lecionou variados cursos de mestrado, e ainda com o Instituto Politécnico de Macau, onde desempenhou também as funções de examinador externo para a disciplina de Língua Portuguesa. Durante a sua carreira académica, orientou 25 teses de doutoramento e mais de meia centena de dissertações de mestrado. Assumiu também, no Centro de Linguística da Universidade de Lisboa, a responsabilidade de projetos de investigação de avultada relevância, como Português Fundamental, Estruturas Léxico-Gramaticais do Português Contemporâneo e Dicionário Eletrónico do Português.

 A sua bibliografia é constituída por muitas dezenas de estudos dedicados sobretudo à sintaxe, à lexicografia, à ortografia, à didática da língua e à projeção do português no mundo. Destacamos, desde logo, a sua dissertação de licenciatura, que, como se referiu anteriormente, data de 1961. Sublinhe-se, nomeadamente, que foi editada em 2014, no Rio de Janeiro, pela Lexikon Editora Digital, com o título A Arte de Mandar em Português: estudo sintático-estilístico baseado em autores portugueses e brasileiros. O linguista Evanildo Bechara explica que “cabe à LEXIKON, publicando a dissertação deste ilustre professor lusitano, reintroduzir o interesse entre nós de assuntos que também ajudam a melhor compreender as funções da linguagem e, em particular, auscultar as potencialidades expressivas da língua portuguesa” (Bechara, 2014: 7-8). Salientamos ainda outras obras que deram à estampa, como a já mencionada tese de doutoramento, publicada em Lisboa, no ano de 1981, pelo Instituto Nacional de Investigação Científica, e Nível Limiar, desta feita, em coautoria com Américo Meira e José Pascoal, publicada em 1988, em Estrasburgo, pelo Conselho da Europa (fruto do Projeto de Línguas Vivas do Conselho de Cooperação da Europa) e, nesse mesmo ano, reeditada pelo Instituto de Língua e Cultura Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, ICALP. É, de igual modo, digno de menção o volume intitulado Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, que deu à estampa, em 2010, pela Porto Editora, sob a sua orientação científica. O nosso destaque vai ainda para as obras Lusofonia: curso básico de português língua estrangeira (que inclui livro do aluno, caderno de exercícios, livro do professor e cassetes) e Lusofonia: curso avançado de português língua estrangeira (que inclui livro do aluno, caderno de exercícios, livro do professor e cassete), que dirigiu, enquadrando-se ambas nas atividades de investigação e ensino do Departamento de Língua e Cultura Portuguesa da Universidade de Lisboa (cf. Casteleiro, 1998: 3). Escusado será dizer que constituem úteis instrumentos de trabalho para todos os que desejam aprender o português como língua estrangeira. Apresentam temáticas diversificadas, “através de uma seleção de documentos autênticos e uma arrumação de temas gramaticais, onde se dá relevo às diferentes realidades em diferentes momentos” (Casteleiro, 1995: 3). Acrescentamos ainda a esta amostra A Língua e a sua Estrutura (conjunto de artigos publicados, isoladamente, na revista mensal Escola Democrática, Edição da Responsabilidade da Direção-Geral do Ensino Básico), que, no seu todo, constitui uma preciosa ferramenta de trabalho largamente consultada por docentes e alunos de diferentes níveis.

Além das publicações atrás mencionadas, e de entre o elevado manancial de dicionários onde tem uma intervenção determinante, sublinhamos a coordenação do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa, publicado pela Editorial Verbo, em 2001. Na nota preambular, parte integrante da longa introdução que redigiu, João Malaca Casteleiro afiança, desde logo, que “visa honrar o desígnio inicial da Academia de pôr à disposição do público português e, por extensão, de todos os povos que se expressam em português, um Dicionário de língua amplo, inovador, rigoroso e normalizador do uso vocabular” (Casteleiro, 2001: XIII). Aquando da caraterização geral desta obra, destaca, entre outros aspetos, a sua enorme dimensão no panorama da lexicografia portuguesa, sendo que este dicionário conta com cerca 70.000 entradas lexicais e aproximadamente 22.000 combinatórias fixas. Aclarando que se registou “o léxico próprio da língua portuguesa contemporânea” (Casteleiro, 2001: XIII), incluindo não só o vocabulário de uso geral mas também “os termos mais usuais das diferentes áreas científicas e técnicas, assim como os neologismos recentes e os vocábulos internacionais dos nossos dias, nomeadamente os das novas tecnologias” (Casteleiro, 2001: XIII), assegura a sua utilidade (Casteleiro, in Silva, abril 2001) junto de “um público muito vasto” (Casteleiro, 2001: XIII). Com efeito, a propósito do dicionário em apreço, numa entrevista ao jornal Urbi et Orbi, frisa o seguinte:

“Este é um dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea que abrange os séculos XIX e XX. Contém cerca de 70 mil entradas lexicais, 170 mil acepções ou definições e 240 mil vocábulos. Os artigos do dicionário são riquíssimos de informação porque para além das definições têm também cerca de 85 mil sinónimos e 16 mil antónimos. Fazem também parte desta obra cerca de 22 mil combinatórias e 90 mil expressões para ilustrar tudo isto. Quanto aos estrangeirismos, são cerca de um milhar que aportuguesámos, isto é, adaptámo-los às regras morfofonológicas e ortográficas do português, ou então traduzimos por decalque semântico. No panorama da Língua Portuguesa, é um dicionário novo, inovador do ponto de vista metodológico e de conteúdo informativo” (Casteleiro, in Miranda, 2001).

Focamos a nossa particular atenção no domínio dos neologismos internos e externos (Casteleiro, 2001: XIV) referidos na introdução. Se os primeiros são compostos por palavras criadas de acordo com os processos morfológicos de derivação e composição do português, os segundos, igualmente conhecidos como estrangeirismos, constituem os “vocábulos importados das línguas modernas” (Casteleiro, 2001: XV) que, entretanto, neste dicionário, “procurando também regularizar a formação dos respectivos plurais, segundo as regras morfológicas do português” (Casteleiro, 2001: XV), foram aportuguesados e, de acordo com as suas caraterísticas, catalogados em três grupos, a saber: “na sua forma de origem, os que atingiram um certo grau de generalização e aceitação”, como é o caso de internet, leasing, workshop, self-service, snack-bar, software; “na sua forma de origem, mas com remissão para a forma aportuguesada ou semi-aportuguesada”, de onde destacamos os vocábulos dossiê (do francês dossier), ateliê (do francês atelier), icebergue (do inglês iceberg), stresse (do inglês stress); “na sua forma de origem, mas com remissão para um equivalente vernáculo, vocábulo ou expressão já usual ou com possibilidade de generalização”, como, por exemplo, hobby (passatempo), check-in (registo de embarque), check-out (registo de saída), e-mail (correio-eletrónico), hi-fi (alta-fidelidade) (cf. Casteleiro, 2001: XV, para as três últimas citações e respetivos exemplos). Esta preocupação na adaptação de estrangeirismos torna-se ainda mais legítima se pensarmos na quantidade de palavras estrangeiras que diariamente chegam ao nosso léxico, sendo que, caso não sofressem qualquer aclimatação, a dada altura, estaríamos perante “um texto numa língua mista” (Casteleiro, in Silva, 2001). A este respeito, João Malaca Casteleiro profere as seguintes palavras:

“As línguas são instrumentos com os quais comunicamos, sempre sujeitos à mudança. Têm de evoluir e acolher a inovação, a que se produz no interior da própria língua e a que deriva de termos que chegam do exterior. Ao longo da sua história, a língua portuguesa esteve sempre aberta a importações, anteriores, até, às palavras latinas. Depois, foi o contacto com o mundo dos Descobrimentos portugueses. Hoje, o grosso das palavras que entram na nossa língua provém do inglês (geralmente pela via americana), mas também do francês, que continua a ter grande influência. Se não houver a preocupação de as integrar e adequar às regras morfológicas e ortográficas em português, temos um texto numa língua mista” (Casteleiro, in Silva, 2001).

Quando questionado sobre a possibilidade de tais novidades descaraterizarem a língua, esclarece que, pelo contrário, “esta inovação preza a identidade da Língua Portuguesa porque estas novas palavras são escritas de acordo com as regras morfofonológicas e ortográficas do português” (Casteleiro, in Miranda, 2001).

Enfim, feito este parêntese, devido à relevância da matéria narrada, e tendo agora em mente a imagem do dicionário, que connosco partilha, de “um grande pulmão que tem a sua rede de artérias pelas quais a língua respira e vive” (Casteleiro, in Silva, 2001), apraz-nos dizer, em jeito metafórico, que também nesta área João Malaca Casteleiro oferece um apreciável balão de oxigénio à língua portuguesa. Note-se que, ainda no domínio da dicionarística, foi responsável pela versão lusitana do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, dado à luz pelo Círculo de Leitores (em 2002-2003) e pela Temas & Debates (em 2005), tendo redigido a “Introdução à Versão Portuguesa”, onde, entre outros assuntos, fez notar as dificuldades sentidas, no decurso deste labor, pela “falta de um vocabulário ortográfico oficial onde se registassem as normas gráficas brasileira e portuguesa” (Casteleiro, 2005: XX). O linguista em estudo não deixa de tecer críticas à classe política que não havia até à data demonstrado vontade “de levar por diante a implementação do Acordo Ortográfico celebrado em 1990 pelos representantes dos então sete países de língua portuguesa e pelo qual Antônio Houaiss tanto se bateu” (Casteleiro, 2005: XX).

Mostrando-se sempre contra a existência de duas normas ortográficas em vigor em português, que fragilizam, do ponto de vista do exterior, a língua, Malaca Casteleiro acredita que deveríamos concentrar esforços apenas numa mesma norma, com variantes ortográficas, de resto, à semelhança do que acontece com o inglês e com o espanhol. Por isso mesmo, como é sobejamente conhecido, foi o principal responsável, por parte da Academia das Ciências de Lisboa, pelo Acordo Ortográfico de 1990 e pela sua longa “Nota Explicativa” em anexo. Procurando esclarecer o público em geral acerca do que mudou, publicou, por exemplo, em coautoria com Pedro Dinis Correia, o livro intitulado Atual – o Novo Acordo Ortográfico: o que vai mudar na grafia do português (2.ª ed., Lisboa: Texto Editora, 2008)que, de resto, serviu de base a muitos outros manuais redigidos com o mesmo intuito, como é o caso de Acordo Ortográfico: as novas regras, da autoria de Bernardino Pacheco de 2012.

Por outras palavras, tendo naturalmente presente a harmonia e a operacionalidade do universo lusófono, para Malaca Casteleiro, o Acordo Ortográfico, auxiliado por instrumentos como o Vocabulário Ortográfico Comum (cf. Casteleiro, 2016: 209-210), constitui forçosamente mais uma peça do puzzle no que diz respeito ao item internacionalização, isto no campo da necessária política de língua.

O especialista em estudo, recuando no tempo e dando conta de alguns passos fundamentais palmilhados em direção à valorização da língua portuguesa no plano internacional, tem feito questão de frisar a relevância histórica do 25 de Abril de 1974. Isto é, com a Revolução dos Cravos, e consequente descolonização, surgiram “cinco novos Países em África que, por razões políticas e culturais, adoptaram o português como língua oficial. É certo que, em alguns desses países, o português concorre com o francês, como no caso da Guiné Bissau, ou com o inglês, como em Moçambique” (Casteleiro, 1999: 39). Outro marco que Malaca Casteleiro gosta de evidenciar prende-se com a entrada de Portugal para a Comunidade Económica Europeia (1986), agora apelidada de União Europeia, visto que o Português assumiu a roupagem de língua oficial e de trabalho, o que acelerou a sua divulgação na Europa e no Mundo (cf. Casteleiro, 1999: 39).

Sempre preocupado com todos os falantes da língua portuguesa, numa entrevista onde exalta a importância das vivências na interculturalidade, concedida a Maria Augusta Silva, explica, no tocante à relação entre brasileiros, africanos e portugueses, que estes se fazem entender usando o mesmo idioma, logo “A Língua portuguesa tem de ser capaz de servir de instrumento de comunicação entre esses povos” (Casteleiro, in Silva, 2001). Recorda, ademais, que “o progresso de um povo avalia-se igualmente pela riqueza e evolução do idioma e pela sua adequação às necessidades comunicativas” (Casteleiro, in Silva, 2001).

No que diz respeito ao item “património bibliográfico” (Casteleiro, 1999: 44), isto é, ao “acervo escrito da língua portuguesa” (Casteleiro, 1999: 44), no fundo, mais uma importante peça no âmbito da afirmação, internacionalização e maioridade da mesma, o eminente linguista opina que “é quase impossível” rastrear todas as obras escritas em português que integram diversos saberes. Malaca Casteleiro faz notar que:

“Ao longo dos oito séculos que a língua escrita já leva de vida, o património acumulado torna-se verdadeiramente fabuloso, abrangendo todos os domínios do saber e expresso nas mais diversas formas e géneros: obras literárias (poesia, romance, conto, novela, teatro), obras científicas e técnicas em todos os domínios do saber. A atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, no ano passado, representou o reconhecimento internacional não apenas desse autor, mas indiretamente das literaturas que se expressam na nossa língua” (Casteleiro, 1999: 44).

Perante tudo quanto foi dito acerca do percurso de Malaca Casteleiro, fica claro que se trata, sem dúvida, de uma vida inteira dedicada à língua portuguesa, ao seu estudo, bem como à sua disseminação e divulgação, quer através do auxílio prestado na formação de quadros qualificados, quer por via da conceção e participação em valiosas obras para a sua aprendizagem. Enfim, estuda o funcionamento da língua portuguesa, mas também tem uma intervenção assinalável no campo do tratamento do léxico, no registo de parte do Tesouro da Língua Portuguesa[2]. Com efeito, sublinha o peso deste instrumento de comunicação, que é a língua portuguesa, desde o passado ao presente, e vaticina a continuidade da sua vitalidade no futuro (Casteleiro, 2016: 201-210).

Ajudando a reavivar a memória histórica dos mais distraídos ou amnésicos, este reconhecido “embaixador da Língua e Cultura Portuguesas no Mundo” (Gaspar, 2007: 20) tem recordado, por diversas vezes, que o português, nas vésperas dos Descobrimentos, compunha uma “língua de comunicação de pouco mais de um milhão de falantes – então o número de habitantes de Portugal” (Casteleiro, d.l. 2001: 24), passando depois a “companheira de marinheiros” e de missionários, “que ao longo de três séculos a espalharam pelos oceanos, de tal modo que ela se tornou língua franca dos povos ribeirinhos do Oceano Atlântico, do Oceano Índico e do Oceano Pacífico” (Casteleiro, d.l. 2001: 24). Assumiu, no fundo, durante quase três centúrias, o estatuto de “língua hegemónica de comunicação internacional”, explica o estudioso em apreço (Casteleiro, d.l. 2001: 24). Ou seja, “nos séculos XVI, XVII e XVIII exerceu o papel de língua franca internacional, que depois foi tomado pelo francês, até meados do século XX, e em seguida pelo inglês, após a 2.ª Guerra mundial” (Casteleiro, d.l. 2001: 24).

Por várias razões, a importância do português não se esgota, contudo, no passado. No que toca aos tempos presente e futuro, em várias intervenções ou escritos, como é o caso do capítulo sugestivamente intitulado “A Importância Crescente da Língua Portuguesa no Panorama Mundial”, Malaca Casteleiro tem deixado um testemunho animador. Ouçamos algumas das suas palavras a este respeito: 

“Embora seja difícil quantificar com exatidão o número de falantes de Português, as estimativas fidedignas mais recentes apontam para cerca de 250 milhões de lusófonos, ou seja, cerca de 4% da população mundial. Dizem-nos, porém, as previsões demográficas mais realistas que, graças, sobretudo, ao crescimento de países emergentes, como o Brasil, Angola e Moçambique, lá para meados deste século os falantes de Português atingirão os 350 milhões. O domínio político da língua portuguesa no Mundo abrange mais de 10,6 milhões de Km2, o que corresponde à 7.ª parte da Terra” (Casteleiro, 2016: 203).

Por sinal, o crescimento do número de utilizadores do português no ciberespaço (Guzeva, Gomes, Macário e Ançã, 2013: 174), um lugar de comunicação privilegiado, também ajuda a corroborar este diagnóstico favorável. Enfim, a língua portuguesa ocupa um papel de destaque quer tenhamos como referência o número de países em que é falada, quer se tomarmos como critério o número de falantes (cf. Casteleiro, 1999: 37).

Malaca Casteleiro elabora uma engenhosa distinção entre línguas que sobrevivem apenas como orais, as que “só têm uma vida”, as que existem como línguas orais, mas que apresentam também a componente escrita, as que “têm duas vidas”, e, finalmente, aquelas que “têm múltiplas vidas”, sendo que, no seu entendimento, “além de existirem como línguas faladas, apresentam várias vidas escritas” (Casteleiro, 2015: 161). Recorda também que “96% das 2600 a 3000 línguas que existirão no Mundo – não há certezas quanto ao número exato – só têm existência oral”. Por outro lado, somente 4% das línguas do Mundo, cerca de uma centena, portanto, é que apresentam “vida escrita” (Casteleiro, 2015: 161). Ora, é nesse grupo de “idiomas que ostentam existência escrita” que encontramos um pe­queno conjunto com “múltiplas vidas” (Casteleiro, 2015: 161). Esclarecendo o que entende por “múltiplas vidas”, “aquelas que detêm o privilégio de ser usadas como língua materna (por que não língua primária?) ou como língua segunda (secundária?) e língua oficial por vários povos ou países”, e avançando que, no seu entendimento, não passarão de uma dezena, Malaca Casteleiro coloca a língua portuguesa neste grupo. Sublinha, ademais, que “o português é a terceira língua europeia mais falada no Mundo, logo a seguir ao inglês e ao espanhol”, constituindo ainda a “língua mais usada no hemisfério sul” (Casteleiro, 2015: 161-163, para as duas últimas citações), ocupando “a 5.ª ou 6.ª posição entre as mais faladas (e escritas), considerando quer os cerca de 250 milhões de falantes que a usam quotidianamente, quer os oito países que a têm como sua e que se distribuem por quatro continentes” (Casteleiro, 2015: 161-162). Enfim, o linguista em estudo não deixa de salientar a vitalidade do português em várias paragens, bem como o seu papel singular, partilhado por muito poucas línguas no Planeta. Com efeito, “o português é, como poucas, uma língua pluricontinental, falada e escrita na Europa, em África, na América e na Ásia. De facto, além do português, só o inglês, o espanhol e o francês apresentam esta mesma característica” (Casteleiro, 1999: 37).

Indo mais longe na nossa descrição, Malaca Casteleiro, na radiografia que elabora em torno do lugar da língua portuguesa no Mundo, acrescenta o seguinte: “É ainda língua oficial da Região Administrativa Especial de Macau, sobrevive com di­ficuldade em Goa, Damão e Diu, e é também a língua da Galiza, embora com caraterísticas próprias, como sucede com o português do Brasil, o de Angola ou o de Moçambique” (Casteleiro, 2015: 162). Refira-se que Malaca Casteleiro é, sem dúvida, uma das vozes ativas que mais tem recordado e valorado a circunstância de o português ser língua oficial de Macau, “Região Administrativa Especial da China, país onde, sobretudo na última década, a língua de Camões tem vindo a adquirir uma importância crescente” (Casteleiro, 2016: 203). Em relação à Galiza, também constitui um dos protagonistas que tem feito notar que “o Português, na sua variante galega, é a língua ancestral da Galiza, bem viva nesta Região Autónoma de Espanha, onde a recém-criada Academia Galega da Língua Portuguesa labuta, desde 2008, pela reintegração linguística (não política) desta Região no seio da Lusofonia” (Casteleiro, 2016: 203). Aliás, na Intervenção na Sessão Inaugural da AGLP, outubro de 2008, relembra que:

“integrar o Galego como variante da língua portuguesa ao lado de outras variantes (o português lusitano, o português do Brasil, o português angolano, o português moçambicano, etc.) contribuirá para reatar os fios da história do Galego-Português, fios que se quebram em fins do século XV e que era urgente reatar e revalorizar, intensificar os laços culturais entre a Galiza, Portugal e todo o mundo lusófono, e com isto nós podemos continuar a defender o bilinguismo, felizes dos países, das regiões, que são bilingues, que desde o nascimento, por ventura dominam duas línguas, ou mais línguas, e que a variante galega do português e o espanhol continuarão a conviver harmoniosamente, e continuaremos a defender uma cada vez mais intercompreensão entre falantes de português e falantes de espanhol no sentido da promoção das nossas duas línguas comuns não só da Ibéria mas também do mundo hispanófono e do mundo lusófono continuaremos a batalhar por que estas línguas se afirmem no mundo porque elas as duas em conjunto constituirão, com certeza, um bloco tão ou mais importante que o bloco anglístico” (Casteleiro, 2011: 8).

Numa entrevista concedida a Marisa Miranda e incluída no Urbi et Orbi, explica, inclusivamente, que “se nós lusofalantes e hispanofalantes nos tornássemos uma grande comunidade em que todos fossem capazes de falar o português e o espanhol, éramos o maior bloco linguístico do mundo” (Casteleiro, in Miranda, 2001).

Pelo exposto, torna-se compreensível que João Malaca Casteleiro seja da opinião de que a “língua portuguesa está bem de saúde” (Casteleiro, in Miranda, 2001), citando palavras do próprio, proferidas já no início deste século, mas cheias de atualidade. No entanto, precisa de ser “cuidada e acarinhada” (Casteleiro, in Miranda, 2001), até porque estamos perante o “último reduto da nossa identidade” (Casteleiro, in Silva, 2001). Dever-se-ia, assim, investir numa política de defesa da língua mais “agressiva” (Casteleiro, in Miranda, 2001) e concertada. O especialista em análise remete frequentemente para o caso dos nossos vizinhos espanhóis, que “defendem muito mais a sua língua do que nós” (Casteleiro, in Silva, 2001). Objetivamente, o futuro da língua portuguesa não pode ser construído sem uma sólida política de língua, bem definida e aprovada por todos os países e povos luso-falantes, obviamente isenta de jogos de poder e de interesses particulares.

No livro A Língua Portuguesa no Mundo: passado, presente e futuro, que data de 2016, designadamente no capítulo XXI, João Malaca Casteleiro, não deixando de assinalar a presença bem arreigada e ativa do português no “Mundo globalizado de hoje”, deixa três interessantes conselhos para serem colocados em prática por cada um dos sujeitos falantes deste idioma, a saber:

“1.ª) Contribuir para a sua afirmação no plano nacional, multinacional e internacional.

2.ª) Zelar pela defesa da unidade essencial da língua, fazendo com que ela continue a ser o instrumento privilegiado de comunicação entre os mais de 250 milhões de falantes espalhados pelo Mundo.

3.ª) Cultivar com zelo, aplicação e amor a nossa língua comum, quer no plano da expressão oral, quer no domínio da escrita” (Casteleiro, 2016: 210).

Dificilmente encontraremos algum dos utentes da língua portuguesa que não se reveja nestas premissas.

Com uma vida dedicada à língua portuguesa, e polémicas à parte, a verdade é que multiplicam-se, do passado ao presente, as manifestações de reconhecimento dos méritos e do legado de João Malaca Casteleiro. A título de exemplo, recordamos a menção feita por Celso Cunha e Lindley Cintra na afamada Nova Gramática do Português Contemporâneo, particularmente no que concerne ao estudo dos adjetivos: “Sobre a sintaxe do adjectivo em português, veja-se o trabalho fundamental de João Malaca Casteleiro. Sintaxe Transformacional do adjectivo: regência das construções completivas. Lisboa, INIC, 1981” (Cunha e Cintra, 1995, nota de rodapé 5: 263). A valorização da sua obra é feita também além-fronteiras. Veja-se, nomeadamente, o que é mencionado na Gramática Descriptiva de la Lengua Española, dirigida por Ignacio Bosque e Violeta Demonte. No capítulo 4, “Sintagma Adjetival. Modificadores y Complementos del Adjetivo. Adjetivo y Participio”, do primeiro volume de três, concretamente na nota de rodapé 30, Ignacio Bosque refere o seguinte:

“Las propiedades distribucionales de los complementos de los adjetivos se presentan con gran detalle en Picabia 1978 para el francés y en Malaca Casteleiro 1981 para el portugués. Ambos trabajos, elaborados en la corriente de léxico-gramática auspiciada por Maurice Gross en los años setenta y ochenta, muestran una sorprendente cantidad de informaciones gramaticales, particularmente en las tablas distribucionales que ambos trabajos contienen” (Bosque, 1999, vol. 1: 238-239).

Pela sua incansável participação em conferências e seminários internacionais, entre outros encontros científicos, e pelo seu devoto empenho na colaboração/direção de obras e de projetos sempre associados à língua portuguesa, não surpreendem as homenagens que lhe são inteiramente dedicadas. Trazemos, em primeiro lugar, à colação a homenagem realizada por via da publicação intitulada As Oito Partidas da Língua Portuguesa (org. Mata e Grosso, 2007). Esta obra reúne textos de vários especialistas ligados a diferentes universidades, apresentando ainda espaço para dez “Testemunhos” de investigadores e/ou professores que fizeram questão de partilhar a importância de João Malaca Casteleiro na sua carreira académica, em particular, e nas suas vidas, em geral. Neste apartado, destacamos algumas palavras que Catarina Gaspar dedica “ao professor atento aos seus alunos, empenhado em transmitir-lhes o seu amor à Língua Portuguesa” (Gaspar, 2007: 20), explicando que este “embaixador da Língua e Cultura Portuguesas no Mundo” (Gaspar, 2007: 20), como o apelida, “marca o mundo da Língua Portuguesa com a sua incessante preocupação de ensinar e difundir a nossa língua e a nossa cultura a falantes de outras línguas” (Gaspar, 2007: 20-21). Enfim, é da opinião de que “a sua contribuição para o estudo da língua portuguesa ainda não está terminada, mas já é notável” (Gaspar, 2007: 20). Recordamos também a opinião de Antonieta Garcia, então presidente do departamento de Letras da Universidade da Beira Interior, que, sob o título de “Malaca Casteleiro, o Guardador da Palavra”, escreve o seguinte: “Bem-haja, Professor, pelo apoio ao nosso Departamento, pela sabedoria, pela força, pelo gosto de viver, pela amizade, pelo exemplo, por ser um Guardador de palavras e da Palavra” (Garcia, 2007: 30). Por seu turno, Lei Heong Iok, frisando a “frutuosa cooperação que soube manter com Macau”, enaltece “a qualidade e brilho do seu trabalho científico e pedagógico”, além “dos atributos que exortam a sua pessoa” (Iok, 2007: 23). Também Maria Isabel Ferreira confessa a sua “grande admiração pelo eminente linguista” (Garcia, 2007: 37) que lhe “abriu as janelas para universos e áreas do saber […] quase desconhecidas” (Garcia, 2007: 37).

Na lista dos reconhecimentos que lhe foram dirigidos, relembramos, igualmente, o Boletim da Academia Galega da Língua Portuguesa, n.º 4, que data de 2011, onde na Nota Editorial se lê que esta obra “quer render homenagem ao Professor português João Malaca Casteleiro: homenagem de admiração, de agradecimento e de amizade” (2011: 7).

Além das citações, das homenagens e das entrevistas, o valor da sua obra é igualmente expresso pela lista de prémios arrecadados, de onde destacamos, o Grande Prémio Internacional de Linguística Lindley Cintra, concedido pela Sociedade de Língua Portuguesa, em 1981, o grau de Cavaleiro da Ordem das Palmas Académicas, que recebeu, do Governo Francês, em julho de 1986, e o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique com que foi agraciado pelo Presidente da República Portuguesa de então, Jorge Sampaio, a 26 de abril de 2001. Outro reconhecimento de relevo atinente à sua obra, que não podemos deixar de mencionar, é o Doutoramento Honoris Causa que recebeu, em 2005, pela Universidade de Macau.

Por tudo quanto foi dito, e pelo que faltou dizer, não é despiciendo afirmar que o seu nome figurará na história como um dos grandes estudiosos e promotores da língua portuguesa e da construção da lusofonia. E que fique bem claro que a jubilação em 2006, após 37 anos de serviço universitário e 47 anos de serviço público, não o impediu de continuar a laborar quer no campo da investigação quer no domínio do ensino, uma vez que foi, ainda durante muito tempo, investigador do Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (CLEPUL) e Professor na Escola Superior de Educação João de Deus de Lisboa. Além disso, foi ainda um dos dinâmicos patronos da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia, tendo participado em dezenas de congressos, nacionais e internacionais, colaborado em publicações, aconselhado jovens investigadores, enfim, olhou sempre pela língua portuguesa, tendo acreditado vivamente na manutenção da sua pujança além-fronteiras e, diga-se em abono da verdade, mostrando-se sempre atento “a todos os que, no vasto Mundo, falam, escrevem, ensinam, aprendem, estudam, investi­gam a língua portuguesa, assim como as instituições que a acolhem” (Casteleiro, 2015: 166), no fundo, a todos os responsáveis pelas “suas várias vidas” (Casteleiro, 2015: 166).

Referências Bibliográficas

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[1] Este texto, da autoria de Carla Sofia Gomes Xavier Luís e Alexandre António da Costa Luís, foi publicado com o título “O Lugar da Língua Portuguesa no Mundo: perscrutando a visão de João Malaca Casteleiro”, nas Atas do 28º Colóquio da Lusofonia, Vila do Porto, Santa Maria, Açores, edição da Associação Internacional dos Colóquios da Lusofonia, 2017, pp. 104-125 (é agora reposto com pequenas alterações). 

[2] Expressão usada pelo próprio num texto intitulado “Criação e Renovação Lexicais no Português Actual”.

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