“Hoje é uma noite eterna para mim”, disse aos jornalistas após o evento.
O romancista afirmou ainda que o reconhecimento é algo gratificante, mas que sempre vai acontecer de surpresa, sem necessidade de se estar à espera.
O reconhecimento de Valter Hugo Mãe no Brasil foi rápido. Em meados de 2011, participou da Feira Literária de Paraty (FLIP), emocionou-se e emocionou o público. Em seguida, os seus livros tornaram-se um sucesso.
“É impressionante chegar a um encontro e ele servir de rastilho para acionar um país inteiro. Mas não há muita explicação, não há como programar, como sonhar. Só posso ficar espantado e agradecido”, disse.
Ao ganhar o prémio, Valter Hugo Mãe afirmou que “escrevia desde pequeno”, mas nunca achou que “poderia ganhar coisa nenhuma”. Com os dois troféus nas mãos (um do prémio de Romance e outro do Grande Prémio), o autor afirmou que continua a ser o mesmo menino, mas que vai compreendendo que o que pensava do mundo não estava certo, e que “percebe que não é uma besta”.
“Esse menino já não é tão injusto com ele mesmo”, resumiu.
O Prémio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, que completou 10 anos nesta edição, pela primeira se distribuiu pelas categorias Poesia, vencida por Nuno Ramos; Romance, por Valter Hugo Mãe; e Conto/Crónica, por Dalton Trevisan. Incluiu também um Grande Prémio, disputado entre os três vencedores das categorias.
Valter Hugo Mãe chegou na segunda-feira ao Brasil, após passar uma semana em Angola, país onde nasceu, mas que deixou aos 2 anos de vida e não havia voltado a ver. “Foi lindo, incrível. Chorei muito, muito, muito”, revelou.
Sobre a emoção ao ganhar o prémio, disse tê-la segurado para chorar no hotel. “Assim ninguém vê”, brincou.
FYB.
Lusa/Fim
Foto: Logotipo da Portugal Telecom. MARIO CRUZ/LUSA