Este trabalho tem como objetivo analisar o percurso da Guitarra ao discutir os seus métodos de ensino enquadrados ou não pela categoria musical a que está indissoluvelmente associada, o Fado.
Partindo da análise dos documentos existentes e acessíveis, procurou-se descrever o percurso pedagógico e as práticas da guitarra desde o final do século XVIII até aos nossos dias, bem como as suas implicações, tais como a procura de novas afinações e ferramentas para melhor servir o género a que a guitarra se acomodou, sob pena de ser votada ao esquecimento. São referidos os antecedentes da guitarra, bem como as suas afinações.
São considerados vinte tratados publicados em Portugal entre 1796 e os nossos dias; este corpus teórico é objeto de uma comparação quer sob o ponto de vista das várias afinações propostas, quer das várias abordagens didáticas, quer ainda dos repertórios propostos para a aprendizagem.
Para além da análise anterior pretende-se relevar o papel e a influência da guitarra no fado e, sobretudo, o simbolismo que rapidamente alcançou e do qual ainda disfruta. Por fim é referido o papel dos guitarristas no fado, sem ter a preocupação de os enumerar, quer os resistentes à afinação do fado, quer aqueles que sempre tocaram nesta afinação, porque nunca conheceram outra; e também os inconformados com as limitações rotulares a que a guitarra tem sido votada.
PALAVRAS-CHAVE: Guitarra, Fado, Afinações, Teoria musical, Métodos.