Guiné Equatorial poderá falar pela CPLP no Conselho Segurança da ONU

Lisboa, 05 jun (Lusa) – A secretária executiva da CPLP, Maria do Carmo Silveira, considerou hoje “dignificante” e “bom para todos” a eleição da Guiné Equatorial para membro não-permanente do Conselho de Segurança da ONU, acrescentando que aquele país “falará pela CPLP e pelos seus Estados-membros”.

“É muito importante para a Comunidade de Países de Língua Portuguesa ver um dos seus membros ser eleito para o Conselho de Segurança da ONU. Dignifica a CPLP”, disse à Lusa Maria do Carmo Silveira, à margem de uma apresentação sobre o Fórum Económico Women In Leadership (Mulheres na Liderança), que decorrerá em outubro no Dubai.

Na semana passada, a Guiné Equatorial e outros quatro países (Peru, Costa do Marfim, Koweit e Polónia) foram eleitos pela Assembleia-geral da ONU para assumir um mandato de dois anos como membros não-permanentes do Conselho de Segurança, posição que assumem a 01 de janeiro de 2018.

A Guiné Equatorial é membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde julho de 2014.

“Será bastante importante a CPLP ter um interlocutor a esse nível. Poderá falar pela organização e pelos seus Estados-membros”, disse a máxima responsável da comunidade de países de língua portuguesa.

Para Maria do Carmo Silveira, esta é também “uma forma de o português entrar e estar presente” no mais importante órgão das Nações Unidas. “Só pode ser bom para todos nós”, concluiu.

É a primeira vez que a Guiné Equatorial entra no Conselho de Segurança – o que aconteceu com o apoio de 185 dos 193 Estados membros da organização. O Presidente do país, Teodoro Obiang Ngema – tomou o poder em 1979, através de um golpe de Estado, mantendo-se desde então em funções, sendo atualmente o chefe de Estado mais longevo do continente africano.

O país africano está há décadas na mira das organizações internacionais de defesa dos direitos humanos, que acusam o Governo de Obiang de praticar fraude eleitoral e cometer graves atropelos contra os seus próprios cidadãos.

Os crimes de corrupção, violação dos direitos humanos e perseguição política figuram dos relatórios de várias organizações internacionais – que acusam o Presidente Obiang e a sua família de controlarem a riqueza do país.

Com apenas 700.000 habitantes, a antiga colónia espanhola registou nos últimos anos um grande crescimento económico, graças às enormes reservas de gás e petróleo descobertas no seu território, mas continua a ser um dos países do mundo com maior percentagem de pobreza e mortalidade infantil.

Na apresentação do Fórum Económico Women In Leadership (Mulheres na Liderança), que decorreu na sede da CPLP, em Lisboa, a empresa organizadora revelou ter feito um convite à comunidade de países de língua portuguesa para se fazer representar oficialmente no fórum do Dubai.

Maria do Carmo Silveira admitiu ter recebido o convite da empresa Naseba, mas ressalvou que ainda está a analisar a proposta.

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