Lisboa, 12 out (Lusa) – O embaixador da Guiné Equatorial junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) apresentou hoje vários argumentos para defender a entrada do país na organização lusófona, salientando os aspetos políticos, sociais e económicos mutuamente benéficos.
“Quisemos entrar na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa porque sentimos que isso é o regresso a casa”, disse Tito Mba Ada na intervenção que proferiu hoje na sede da CPLP, em Lisboa, para assinalar o primeiro aniversário da entrada do seu país na organização que junta os países que têm a língua portuguesa como idioma oficial.
“A Guiné Equatorial foi descoberta por um português e tem raízes portuguesas, por isso este é o regresso para os nossos 1, 2 milhões de habitantes”, salientou o embaixador, acrescentando que, entre outras, desde a adesão à CPLP enquanto membro de pleno direito, em julho de 2014, o seu país lançou um conjunto de iniciativas, incluindo a abertura de uma embaixada em Lisboa e de outra junto da CPLP, o início da ratificação dos estatutos da CPLP no parlamento nacional, a criação da comissão nacional da CPLP e visitas recíprocas de políticos de Malabo e da CPLP, entre outros.
Numa intervenção destinada essencialmente a apresentar o país e os passos que foram dados para a integração na CPLP, Tito Mba Ada destacou que a Guiné Equatorial “é uma nação generosa”, e lembrou os 1.760 milhões de euros para as empresas que queiram investir no país nos setores considerados prioritários no Plano de Desenvolvimento 2020, entre outros.
“A CPLP deve saber que a Guiné Equatorial está a abrir oportunidades económicas e fomentando a iniciativa e o crescimento, deve saber que as nossas leis protegem o investimento estrangeiro, são seguras para investir; a CPLP deve saber que o país é solidário, é o promotor do Prémio Guiné Equatorial UNESCO para as Ciências, com 13 milhões de dólares, e deu 2 milhões de dólares à Organização Mundial de Saúde para combater o Ébola”, destacou.
Na sua intervenção, Tito Mba Ada mostrou também as conquistas desde a adesão à CPLP: “inauguramos uma sede para a cooperação empresarial na CPLP em Malabo, fizemos um protocolo de cooperação com a União de Exportadores da CPLP, e graças à CPLP a Constituição do meu país foi mudada para integrar os princípios da CPLP. Foi emitido um programa de serviços informativos na televisão, a cooperação empresarial foi fortalecida, assinámos uma moratória sobre a pena de morte, temos dois embaixadores em Lisboa e graças à integração na CPLP queremos dar a conhecer a experiência política, económica e social para construirmos uma CPLP mais diversificada, aberta e mais forte”, concluiu.
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