Em declarações à agência Lusa a partir de Malabo, a capital equato-guineense, Murade Murargy, que está na Guiné Equatorial desde quinta-feira, a convite do presidente Teodoro Obiang, recordou que o processo de adesão do país africano “tem várias etapas”.
A Guiné Equatorial tem demonstrado “uma abertura grande” e a “progressão” está a acontecer “a todos os níveis”, sublinhou.
Destacando que ainda não há “uma opinião final” da CPLP sobre a adesão da Guiné Equatorial, assunto que tem sido adiado cimeira após cimeira, Murade Murargy observou “evolução” no terreno.
“Há um desenvolvimento económico visível, estão a ser construídas casas sociais, a Cruz Vermelha já está no país”, enumerou, reconhecendo, por outro lado, que “tem todas as dificuldades semelhantes a qualquer outro país africano”.
A Guiné Equatorial revela “uma abertura grande”, descreve. “É um país que tem de ser apoiado, não pode ficar no isolamento em que está”, defende.
Murade Murargy realçou que a visita em curso a Malabo não é uma “inspeção”, mas uma viagem a convite para “ver com os próprios olhos”, durante a qual se vai encontrar com o presidente Obiang, na segunda-feira, com o primeiro-ministro e com os ministros dos Negócios Estrangeiros, da Educação e da Comunicação.
Além disso, tem conversado “com pessoas na rua, em encontros não programados”.
O anterior secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, efetuou quatro visitas à Guiné Equatorial. “Nunca estive em nenhum país que tivesse registado mudanças físicas tão assinaláveis em tão curto espaço de tempo”, destacou, em entrevista à Lusa, no final do seu mandato, em julho de 2012.
A Guiné Equatorial, país liderado por Teodoro Obiang desde 1979 e considerado um dos regimes mais fechados do mundo por organizações de direitos humanos, tem estatuto de país observador na CPLP desde 2006, mas o processo de adesão tem sido adiado, devendo voltar a ser discutido na próxima cimeira da organização lusófona, em Díli, capital de Timor-Leste, em 2014.
Na última cimeira de chefes de Estado e de governo da CPLP, a 20 de julho de 2012, a adesão plena da Guiné Equatorial foi de novo adiada e, ao contrário do que tinha acontecido dois anos antes, não foi fixado qualquer prazo para voltar a debater o assunto.
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Lusa/fim.