Governo português pede “envolvimento muito mais significativo” para promover português

“Nas políticas públicas de promoção do português e de desenvolvimento da cultura portuguesa, temos plena consciência de que tem de haver um envolvimento muito mais significativo do que aquele que tem havido”, defendeu o governante, no encerramento da segunda conferência sobre o futuro da língua portuguesa, que decorreu em Lisboa.

“Todos nós, países lusófonos, temos muito a ganhar se formos capazes de desenvolver uma economia de conhecimento em torno da língua, que é o elemento que melhor nos une, que determina a nossa cultura coletiva e que é capaz de nos aproximar”, sustentou.

O desafio para todos, incluindo políticos e académicos, passa por apostar no desenvolvimento do português “nas organizações internacionais, enquanto língua da ciência e das diásporas e enquanto elemento unificador dos povos lusófonos”, referiu o secretário de Estado.

“A Comunidade de Países de Língua Portuguesa [CPLP] é hoje uma realidade indiscutível que nos diz muito, que cumpre desenvolver, mas que centra exatamente na língua portuguesa o seu fator unificador”, afirmou, pedindo “determinação” aos embaixadores dos países junto deste organismo, que disse ser “fundamental para conjugar políticas entre os diversos governos”.

No final da conferência de dois dias, o presidente da comissão científica, Ivo José de Castro, apresentou algumas das conclusões, que serão agora debatidas pelos membros da CPLP e poderão integrar o Plano de Ação de Lisboa.

Quanto à presença do português nas organizações internacionais, os participantes defenderam que “as políticas de internacionalização da língua portuguesa, ao nível político-diplomático, da CPLP tenham objetivos exequíveis, compatíveis com os níveis de investimento disponibilizados pelos Estados-membros e suportados por uma análise realista dos contextos geoestratégicos e regionais da situação”, afirmou o responsável.

No âmbito do português como língua de ciência e de inovação, foi proposto o reconhecimento das terminologias científicas e técnicas concertadas entre os países, a inclusão do processamento computacional do português nos planos nacionais, nos próximos sete anos, e a identificação de “áreas de atividade em que a língua portuguesa pode constituir um instrumento para o fomento ou o desenvolvimento da economia”.

Para o ensino da língua, há que fomentar a mobilidade de estudantes, de formadores e de conhecimento e garantir aos profissionais “a aquisição de uma sólida formação linguística”, sugeriram os conferencistas, entre outras propostas.

A fechar o encontro, o secretário executivo da CPLP, Murade Murargy afirmou que o Plano de Ação de Lisboa “vai acolher o espírito e o resultado dos debates, permitindo responder aos desafios colocados à língua portuguesa”.

“Juntos, somos capazes de conquistar mais progresso e de gerar mais oportunidades para o desenvolvimento dos povos da CPLP. Vamos cumprir o potencial do valor económico da língua portuguesa, ao mesmo tempo que projetamos as nossas matrizes culturais”, sublinhou.

 

JH // JMR – Lusa/fim

Foto: O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário. 18 de março de 2013. ANTONIO SILVA/LUSA

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