A base de dados, que está a ser trabalhada “há alguns meses” com a Agência para o Investimento e Comércio Externo Português, deverá disponibilizar a partir de fevereiro informação sobre pessoas ligadas às áreas empresariais, políticas, culturais e associativas.
“Será indispensável para todas as nossas relações com a diáspora e em qualquer processo de internacionalização e afirmação no exterior”, assumindo-se como “uma rede de contactos que pode ser utilizada por empresários que querem fazer negócios, professores que querem fazer formação no exterior e agentes culturais”, exemplificou.
“A verdade é que até hoje nenhuma entidade possuía uma base de dados, sem ser a banca, sobre a comunidade emigrante”, salientou o secretário de Estado.
José Cesário lamentou hoje que “em Portugal normalmente se esqueça o grande potencial” da diáspora e que falte aos empresários emigrantes “influência política nos países” onde residem.
“Tenho pena que em Portugal se esqueça esse potencial [da diáspora]. (…) Só as remessas [dos emigrantes] devem passar os 2.600 milhões de euros, um valor muito próximo dos fundos comunitários que recebemos anualmente”, ilustrou o governante.
José Cesário lembrou que o universo da diáspora portuguesa é feito de “dezenas de milhões de lusodescendentes”, mas assinalou “a falta de influência política nos países” onde residem porque “o português continua a achar que a política é para os outros, apesar de se verificarem mudanças nas novas gerações”.
O secretário de Estado falava durante o “I Encontro da Diáspora” organizado pela Nerlei – Associação Empresarial de Leiria, no qual discursou sobre o “A Diáspora Empresarial”.
O presidente da Nerlei, Jorge Santos, defendeu que a iniciativa da associação empresarial insere-se na vontade daquela instituição e dos quase 750 associados que a integram de “contribuir para o esforço de internacionalização e exportação”, procurando desta forma “transformar a região de Leiria, até 2020, em uma das mais atrativas do país”.
A iniciativa juntou empresários portugueses emigrantes em mercados como a Finlândia, México, França e Moçambique, que destacaram as dificuldades e oportunidades de negócios nesses países.
JYMC // VM.
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Foto: LUSA – jovens portugueses e luso-descendentes, 10 de Junho de 2006 em Colonia, Alemanha .JOAO ABREU MIRANDA/LUSA