Governo de Macau vai continuar a financiar Escola Portuguesa

Macau, China, 13 out (Lusa) – O ministro da Educação português, Tiago Brandão Rodrigues, afirmou hoje que o Governo de Macau vai continuar a financiar a Escola Portuguesa de Macau depois de 2017.

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, “mostrou todo o interesse e garantias da continuidade da participação da Fundação Macau no projeto da Escola Portuguesa”, afirmou o ministro, que se reuniu com o governante, indicando que o apoio deverá “manter-se nos mesmos moldes”.

“A RAEM [Região Administrativa Especial de Macau] acredita que a Escola Portuguesa de Macau é uma mais-valia também para o território e, nesse sentido, garantiram a continuidade do apoio, o que é importante também para a Escola Portuguesa de Macau e é importante para o território”, sublinhou Tiago Brandão Rodrigues, em declarações aos jornalistas.

A Fundação Macau assumiu os compromissos financeiros que competiam à Fundação Oriente no projeto da Escola Portuguesa de Macau, em 2012, por via de um acordo que tinha a duração de cinco anos e que, segundo afirmou hoje o governante, se manterá, embora não tenha sido especificado o período.

Questionado sobre o peso que Lisboa assume na equação, Tiago Brandão Rodrigues garantiu que se encontram em moldes iguais ou muito semelhantes aos que existiam.

Trata-se de “uma percentagem praticamente de paridade e é nesse sentido que continuaremos a trabalhar para que a tutela em Portugal do Ministério da Educação comparticipe de igual modo que está, neste caso, a Fundação Macau a comparticipar”, disse.

Isto para se poder “continuar conjuntamente a criar pontes também através deste projeto da Escola Portuguesa de Macau para que continue a ser um serviço e uma mais-valia para não só a comunidade portuguesa que vive em Macau, mas também para os chineses que vivem no território e todos aqueles que vivem aqui na região de Macau”, argumentou.

A contribuição por parte da Fundação Macau é na ordem dos nove milhões de patacas (1, 02 milhões de euros).

Questionado sobre se a escola de Macau é a única portuguesa no estrangeiro que conta com o apoio financeiro do Governo onde se localiza, o ministro respondeu que existem “configurações múltiplas”.

“A Escola Portuguesa de Macau tem uma figura jurídica, através da sua Fundação, que não é similar, por exemplo, à Escola Portuguesa de Díli ou à Escola Portuguesa de Maputo ou à recém-criada Escola Portuguesa de Cabo Verde, da Cidade da Praia, ou mesmo à Escola Portuguesa de São Tomé e Príncipe”, observou.

Existem outras escolas portuguesas que são cooperativas ou que têm figuras jurídicas muito diferentes, pelo que “o financiamento está adaptado também às condições do país ou da região que recebe a escola, por isso, são configurações variáveis que em nada tem que sofrer comparações”.

“Servem é o mesmo princípio: a valorização do ensino de português, como matriz da construção dos seus projetos pedagógicos e nalguns casos, como é o caso da Escola portuguesa de Macau, como uma ponte também na construção de laços já existentes – neste caso há muitos séculos – com o território onde se inserem”, advogou.

Sobre a ampliação da Escola Portuguesa de Macau, Tiago Brandão Rodrigues garantiu que o governo português está “atento” a essa vontade e que ajudará, “na medida do possível, a que seja uma realidade”.

“Neste momento, existe todo um trabalho de preparação – o que é entendível – porque existe um projeto pedagógico e uma possível ampliação tem que ser claramente associada a esse projeto pedagógico”, disse o ministro português, considerando ser “importante continuar a manter todas as condições para que a Escola Portuguesa continue a fazer o seu trabalho de forma serena e tranquila”.

Além da Escola Portuguesa, o ministro visitou nomeadamente o Jardim de Infância D. José da Costa Nunes e a Escola Primária Luso-Chinesa da Flora, que, a seu ver, têm “projetos pedagógicos de excelência que são comparáveis com as melhores escolas” onde já esteve.

“Isso também dá uma garantia de que as próximas gerações aqui da região mostram todas as condições para que os estudantes possam ingressar em qualquer universidade do mundo, das mais competitivas que existem e espero que muitos dos estudantes daqui da região possam optar pelas universidades portuguesas”, disse o ministro da Educação.

“Foi um tempo muito positivo”, concluiu Tiago Brandão Rodrigues, que deixa Macau na sexta-feira.

DM (JCS) // APN – Lusa/Fim
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues (C), conversa com alunos durante a vista à Escola Portuguesa de Macau, China, 13 de outubro de 2016. ANTÓNIO MIL-HOMENS/LUSA
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues (C), conversa com alunos durante a vista à Escola Portuguesa de Macau, China, 13 de outubro de 2016. ANTÓNIO MIL-HOMENS/LUSA
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