Macau, China, 11 out (Lusa) – Os governos da China e dos países de língua portuguesa reúnem-se hoje em Macau para tentar dar novo fôlego às relações económicas num momento de quebra das trocas comerciais.
Na quinta Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, conhecido como Fórum Macau, estarão presentes cinco primeiros-ministros (da China, Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique), naquela que é a representação de mais alto nível de sempre. Angola, Brasil e Timor-Leste fazem-se representar por ministros.
Num jantar de boas-vindas às delegações, na segunda-feira à noite, o ministro do Comércio da China exaltou o aumento das áreas de cooperação e do volume de trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa desde que o Fórum Macau foi criado, em 2003.
No entanto, esta conferência ministerial coincide com uma queda, precisamente, no comércio: depois de um crescimento que culminou em 132.600 milhões de dólares em 2014, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa caíram 25, 75% no ano passado. Por outro lado, nunca alcançaram os 160 mil milhões de dólares previstos no plano de ação para 2013-2016, aprovado na última reunião governamental, em 2013.
A generalidade dos discursos oficiais que antecederam o encontro de Macau de hoje centrou-se na defesa de uma aposta maior no investimento da China na lusofonia, não apenas em infraestruturas, mas também no desenvolvimento da “capacidade produtiva” de alguns dos países de língua portuguesa, assim como no incremento das parcerias com privados.
O primeiro-ministro português, António Costa, considerou na segunda-feira que a presença do seu homólogo chinês, Li Keqiang, hoje nos trabalhos do Fórum Macau significa o compromisso político da China na cooperação com os países de língua portuguesa.
António Costa salientou depois o conhecimento que Portugal tem dos restantes países de língua portuguesa, assim como “a capacidade que a China possui em investir e em estar presente”.
“Pode haver cooperações trilaterais com empresas brasileiras ou africanas. Estamos perante uma oportunidade de grande de desenvolvimento”, disse.
O Fórum Macau tem um secretariado permanente liderado por um secretário-geral nomeado por Pequim, um secretário-geral adjunto nomeado pelos países de língua portuguesa, um coordenador nomeado pelo Governo de Macau e delegados dos países lusófonos.
Reúne a nível ministerial a cada três anos, numa conferência de que sai um “plano de ação” para o triénio seguinte.