Fórum Macau deve potenciar cooperação entre China e lusofonia

O secretário-geral adjunto do Fórum Macau defendeu hoje que aquela organização deve estudar as “potencialidades e necessidades” de cada um dos países envolvidos para lhes adequar as formas de cooperação com a China.

“Todos os países são diferentes, quer em termos de grandeza, quer em termos de necessidades e potencialidades e mesmo os denominados ‘grandes’ parceiros da China possuem fatores distintos onde a cooperação pode ser potenciada”, sublinhou Marcelo Pedro de Almeida.

Secretário-geral adjunto do Fórum Macau em representação dos países de língua portuguesa, Marcelo Pedro de Almeida termina no final de junho o seu mandato de três anos e faz um “balanço muito positivo” da sua permanência em Macau.

“As três vias do Fórum – cooperação económica e comercial, formação e cultura – foram todas cumpridas quer nas metas das trocas comerciais, quer nas ações de formação e intercâmbio cultural e, por isso, agora há que trabalhar para que o Fórum Macau perdure no tempo e continue a ser a plataforma que a China pretende que seja”, sustentou.

Marcelo Pedro de Almeida salienta, contudo, que o Secretariado Permanente do Fórum “está limitado” à execução do programa de ação trianual que é definido na conferência ministerial, salientando por isso que a componente política da organização “deve ir mais além definindo objetivos mais amplos e de maior criatividade”.

“Uma das vias é o estudo da realidade de cada país porque existindo realidades diferentes este trabalho permitiria definir um plano de ação mais coerente que responda, de facto, ao interesse de todos”, disse.

Salientando que o Fórum Macau é também um instrumento da concretização da política “um país, dois sistemas”, idealizada pelo ex-líder chinês Deng Xiaoping para a reunificação chinesa, Marcelo Pedro de Almeida quer, no entanto, ver mais além, “que o Fórum assuma um papel mais relevante como plataforma de cooperação e de integração permitindo, ainda mais, o desenvolvimento de todos os participantes e respondendo às necessidades especificas de cada um”.

“Dou o exemplo dos três centros – distribuição de produtos, convenções e exposições e serviços: Isto demonstra que existe uma perspetiva de longo prazo, uma vontade de prolongar esta plataforma no tempo e é por isso que só conhecendo a realidade específica de cada um avaliada com padrões concretos se pode potenciar esta parceria coma garantia de benefícios para todos”, defendeu.

Marcelo Pedro de Almeida destacou ainda à Lusa o fundo de mil milhões de dólares lançado pela China em 2010, mas que só três anos mais tarde estava efetivamente disponível, salientando a sua importância, mas reclamando maior flexibilidade.

“O fundo é importante e está, como deve, a ser gerido pelo Banco de Desenvolvimento da China, mas deve ser mais flexível para que possa ser potenciado e gerar os resultados que se esperam venha a conquistar”, disse ao salientar também que “existem projetos válidos candidatos aos apoios que podem alterar o panorama da cooperação bilateral ou multilateral entre todos os intervenientes”.

Depois de trabalhar em Portugal e em Bissau, a maior parte do tempo ligado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, Marcelo Pedro de Almeida regressa à Guiné-Bissau para se apresentar às autoridades do país e “disponível para trabalhar no que for necessário”.

“Vou apresentar-me disposto a trabalhar no que me for pedido, mas orgulhoso do quadro institucional normalizado que se desenha na Guiné-Bissau”, concluiu.

JCS // APN – Lusa/fim


Fotos:

– O secretário-geral Adjunto do Fórum Macau em representação dos países de língua portuguesa, Marcelo Pedro de Almeida, Macau, China, 26 de junho de 2014. CARMO CORREIA/LUSA

– – foto de uma nota de 100 yuan ou Reminbi (RMB), China, 09 de fevereiro de 2011. LUSA

Subscreva as nossas informações
Scroll to Top