Fórum de arquitetos lusófonos em abril

Macau, China, 15 fev (Lusa) – “Tem um grande significado para nós – CIALP – e também, julgo eu, para os colegas em Goa porque é a integração de facto” da Secção de Goa do Instituto Indiano de Arquitetos (IIA)”, disse à agência Lusa o vice-presidente do Conselho Diretivo do CIALP, Rui Leão.

A entrada de Goa, por proposta da Associação dos Arquitetos de Macau, foi aprovada em assembleia-geral do CIALP em 2010, realizada na Região Administrativa Especial. Contudo, a formalização de Goa como membro efetivo – antes era apenas observador – só aconteceria aproximadamente dois anos depois.

Dado que o IIA é uma associação de cariz nacional com departamentos provinciais “foi preciso solicitar ao presidente do IIA que permitisse ao de Goa fazer parte da rede internacional”, explicou o arquiteto, natural de Goa, mas residente em Macau.

Para Rui Leão, “a inclusão é muito importante porque, culturalmente, Goa está muito próxima do resto dos países que fazem parte do CIALP e existe uma partilha muito grande de valores de arquitetura, de cultura e da maneira de estar”.

“Infelizmente, os acontecimentos políticos, como se fez a desocupação de Goa e a integração na União Indiana, fizeram com que, pelo menos formalmente, Goa tivesse ficado, por algum tempo, afastada de Portugal e, de alguma maneira, do resto da lusofonia. (…) O facto de o Português ter deixado de ser uma língua oficial também veio contribuir”, observou Rui Leão.

A temática do IV Fórum do CIALP não foi ainda fixada, mas vai orbitar em torno da do Congresso da União Internacional de Arquitetos (UIA) – ‘Todos os mundos. Um só mundo. Arquitetura para o século XXI’ – que vai ter como sede o Rio de Janeiro, em 2020.

“A nossa ideia, como membros da UIA, é começar a falar em torno do tema e a preparar uma reflexão que vai culminar no congresso mundial”, devendo em Goa ser abordadas perspetivas para a cidade e a habitação nos países e territórios de língua portuguesa, adiantou.

Rui Leão destacou ainda a “oportunidade” de o fórum e a assembleia-geral do CIALP – em que vão ser eleitos corpos sociais – em Goa coincidir com a reunião do Conselho Executivo do IIA.

“É muito bom e útil porque dá-nos também a possibilidade de ter acesso não só aos corpos gerentes do instituto mas realmente aos membros/arquitetos de Goa, (…) fazendo com que esta inclusão seja mais forte”, assinalou o arquiteto que marcará presença na qualidade de vice-presidente do Conselho Diretivo do CIALP e de representante da Associação dos Arquitetos de Macau.

Rui Leão tem ainda expetativas elevadas relativamente à adesão. “Imagino que o congresso em Goa terá uma grande participação porque contará com a presença de todos os membros de todas as províncias da Índia e, em simultâneo, até a população de arquitetos em Goa que é razoável e a de estudantes, que não é muito grande mas tem significado”.

“O que eu vejo em Goa é (…) diferente e interessante porque é a partir das associações que nasce esse interesse em ir ao encontro da lusofonia”, destacou Rui Leão.

As três edições anteriores dos fóruns do CIALP tiveram lugar em Fortaleza (Brasil), Sumbe (Angola) e Lisboa (Portugal).

O CIALP, com sede em Lisboa, é parceiro institucional da União Internacional dos Arquitetos (UIA) e observador consultivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Através dos membros associados, reúne cerca de 150.000 profissionais de língua portuguesa, ou seja, cerca de 10% dos arquitetos em todo o mundo, segundo dados constantes no portal da organização.

DM // PJA – Lusa/Fim

Fotos:

– Altar da Igreja de São Francisco de Assis em Goa, na Índia a 31 de janeiro de 1992. Manuel Moura / Lusa

– Edificio do sec. XVI que alberga a nova delegacao do FC Porto em Goa na India. 9 de janeiro de 2007. LUSA

 

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